No mês de abril a Clínica Igeron realizará o primeiro exame com cápsula endoscópica no estado de Rondônia. O exame é efetuado através da ingestão de uma pílula que abriga uma pequena câmera e, ao ser engolida pelo paciente, envia imagens coloridas de seu intestino, estômago e esôfago. Esse exame é o primeiro capaz de atingir todo o intestino.
O dispositivo, chamado M2A Swallowable Imaging Capsule, foi criado pela empresa israelense Given Imaging Ltda. e é utilizado para realizar diagnósticos em locais onde os outros exames como endoscopia não conseguiam chegar, permitindo a visualização de imagens inacessíveis à técnica endoscópica atual, nos intestinos delgado e grosso, o que obrigava muitos pacientes a serem submetidos a cirurgias exploratórias. “O exame com a cápsula endoscópica é uma grande revolução nos exames e diagnósticos de doenças do aparelho digestivo. Às vezes, em casos de suspeita de tumores do intestino delgado e grosso, o paciente precisava ser submetido a uma laparotomia exploradora, uma técnica que necessita de internação, cirurgia e vários dias de recuperação”, afirma o Dr. Fábio Bennesby Marques, especialista em Cirurgia do Aparelho Digestivo e o responsável por trazer o equipamento para a região.
Esse procedimento já era feito nas principais capitais brasileiras, mas em Rondônia será realizado pela primeira vez. “A pílula-vídeo é uma alternativa indolor e pode mostrar aos médicos alguns pontos que eles nunca poderiam ver. O recurso é útil para diagnósticos de lesões e doenças do aparelho digestivo, que de outra maneira não poderiam ser detectados”, afirma o especialista.
Entre oito e 72 horas após ser engolida, a câmera é eliminada pelo organismo, segundo o Dr. Fábio Marques. “A videopílula é excretada pelo organismo, junto com as fezes, em até três dias. Durante todo o processo o paciente pode levar uma vida normal. Ela se move no tubo digestivo aproveitando os movimentos gastrointestinais, que deslocam a comida durante a digestão.” Durante esse período, as imagens produzidas são enviadas a um receptor externo ao corpo, que o paciente prende na cintura. “Um dia depois, transferimos as imagens do receptor para um computador a fim de verificar o diagnóstico obtido com o exame”, explica o médico.
Esse novo equipamento só pode ser usado sob prescrição médica. Dr. Marques faz um alerta “O equipamento não vai substituir totalmente exames padrões, como a endoscopia. A cápsula endoscópica deve ser utilizada em conjunto com outros exames para podermos chegar a um diagnóstico seguro”, esclarece o médico.