Artigo: Humilhação na catraca dos coletivos: Por Bruno Rocha Motta

Artigo: Humilhação na catraca dos coletivos: Por Bruno Rocha Motta

Artigo: Humilhação na catraca dos coletivos: Por Bruno Rocha Motta

Foto: Divulgação

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Talvez vocês conheçam o desarranjo do transporte público na capital rondoniense: Ônibus lotados e desconfortáveis; ruas esburacadas e empoeiradas; linhas morosas e locais desatendidos; preço exorbitante, fora da realidade do poder aquisitivo dos trabalhadores, desempregados e estudantes; acessos desconcertantes para portadores de necessidades especiais (vulgarmente chamados de deficientes), sem falar do pessoal da terceira idade; fora a omissão, despreparo e a falta de treinamento educação dos funcionários da terceirizada; e isso tudo é só o começo... O que mais preocupa um futuro cientista social, antenado na política local, é a apatia das entidades estudantis contra a falta de fiscalização municipal, que permite os abusos cometidos pela empresa terceirizada de transporte coletivo em benefício de um monopólio que nos remete a comparações com outras prefeituras petucanas. Lembram o que vimos no desbaratamento do Mensalão? Lembram como funcionava o caixa 2 do, não assim tão saudoso, ex-prefeito petista do ABC paulista, Celso Daniel? Lembram qual era o papel das terceirizadas? Não bastassem essas agruras, nós estudantes, ainda temos que passar pela humilhação da catraca. O que seria a humilhação na catraca? É simplesmente a obrigatoriedade da apresentação da carteirinha de estudante para o cobrador, na catraca dos coletivos (uma burocracia irracional que consome tempo, paciência e inteligência). Imagine você, dentro de um coletivo Campus UNIR, no UNIPEC/UNIRON, ou indo para seu colégio em uma linha qualquer, uniformizado, e ainda tendo que provar, diariamente, que é um estudante. Palhaçada para poder utilizar seu cartão Leva Eu e seu direito de ir e vir. Esse constrangimento não começa no ônibus. Sua origem é na Secretaria Municipal de Transporte (SEMTRAN), na hora da compra dos créditos. As vendas do passe estudantil têm se mostrado intimamente ligadas com as próprias lideranças estudantis: Na compra do passe, na confecção da carteirinha e na exigência intransigente dela, por parte da Secretaria e da terceirizada de transporte portovelhense. Para efetuar a aquisição da 'meia-passagem', os funcionários da SEMTRAN, todos os dias, preterem e ferem a lei, exigindo do estudante a apresentação da carteirinha, sendo que a lei municipal ressalta que o estudante, no ato em que adquire seu Leva Eu ou o recarrega, tem por obrigação apresentar somente uma identidade estudantil (que poderia ser a carteirinha da biblioteca ou até mesmo o Atestado de Matrícula acompanhado de um documento com foto). Esse argumento estapafúrdio impõe a compra imediata da carteirinha. Os representantes estudantis parecem tubarões cercando a SEMTRAN. As imediações da Secretaria é uma lagoa, onde as entidades estudantis disputam vorazmente cada ‘peixinho’ do gordo cardume estudantil: “Vem manjubinha, faça sua carteirinha aqui conosco”. Por que o cartão Leva Eu não tem mais a fotografia do estudante? Porque ele seria a identidade estudantil perfeita e indiscutível. A carteirinha estudantil, depois da MP 2208/2001, do tucano FHC, não é mais produto exclusivo da União Nacional dos Estudantes (UNE ), ela também pode ser emitida por outras representações estudantis, como, aqui em Rondônia, a União Estadual dos Estudantes (UEE), a União Estadual Rondoniense dos Estudantes Secundaristas (UERES) ou qualquer Diretório Central, Centro Acadêmico e organização estudantil devidamente registrados. Veja as cifras desse comércio espoliativo: A confecção de uma carteirinha custa entre R$ 0,80 e R$1,00, mas é cobrada, no caso da UERES e UEE, por R$10,00. O DCE/UNIR é menos careiro, tem pedido entre R$ 3,00 e R$ 5,00. O dinheiro arrecadado é revertido para as entidades que a emitiram, e não é pouca grana. Desse modo é impossível acreditar que essas representatividades estudantis, tão lucrativas, estejam interessadas em fazer alguma coisa a respeito da melhoria das condições do transporte de sua classe, como, por exemplo, a exigência do passe-livre para os escolares, realidade em outras capitais, como Cuiabá. Hoje, na prática, a carteirinha não vale mais nada, é pura enganação. Em Porto Velho a preocupação exclusiva da confecção da carteirinha é o benefício da 'meia-passagem'. A carteirinha estudantil, que em tese seria procurada para garantir a 'meia-entrada' em shows, teatros, bares, cinemas, etc., benesse garantida por lei federal, esbarra na torpeza empresarial que toma conta do ramo de entretenimento social: Os empresários saem pela culatra e driblam a lei federal dizendo que o preço que praticam estende a 'meia-entrada' para todos, estudantes ou não. Exemplos disso (pasmem!) são o Sesc Porto Velho e o Cine Veneza, onde os colegiais e universitários têm que pagar o preço total dos espetáculos oferecidos porque a 'meia-entrada’ é para todos. O pior é que as entidades estudantis ainda têm a indolência de propagandear enganosamente que a carteirinha dá o benefício da ‘meia-entrada’. O único benefício da carteirinha é o comércio sórdido, onde o dinheiro arrecadado com a carteirinha paga a propaganda da própria carterinha dentro dos coletivos: Ganha as entidades, ganha a terceirizada e, principalmente, ganha o poder público municipal, que compra as lideranças, calando a classe estudantil. Faço um apelo aos colegas estudantes, secundaristas e universitários, de escolas e universidades, particulares ou não, que não joguem seu dinheiro fora enchendo a burra de entidades salafrárias, incompetentes, pelegas e idiotizantes, que camuflam os interesses politizados de pequenos grupos em detrimento da coletividade estudantil. Criem seus métodos: Montem seus Diretórios Centrais, seus Centros Acadêmicos, seus Grêmios; emitam sua própria identidade estudantil e, principalmente, exijam seus direitos na hora da catraca ou na fila da SEMTRAN, GRITEM PELO PASSE-LIVRE PARA OS ESTUDANTES, não confie nos tubarões estudantis que se agregaram aos empresários do ramo do “toma-lá-dá-cá” petucano, que abocanham seu dinheiro, ou pior ainda, o dinheiro dos seus pais.
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