ARTIGO - O virus da corrupção: Por Valdemir Caldas

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Foto: Divulgação

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De tudo quanto vem acontecendo no país, especialmente no Estado de Rondônia, no que concerne à ladroagem explícita de dinheiros públicos, sobrevive, apenas, uma melancólica constatação, a de que, como os dinossauros, que um dia viveram sobre a crosta deste planeta e que desapareceram, engolidos por causas misteriosas, também uma espécie vivente está em extinção: a dos homens decentes. A cada dia estoura um escândalo de corrupção, aqui e alhures. Tão freqüentes e variadas são as bandalheiras, que a população parece que está com a sua capacidade de resignação anestesiada pela repetição das maracutaias, assim como o organismo saturado de dor, que já não mais responde aos acicates do sofrimento. Há pouco, a televisão noticiou o desmantelamento de uma quadrilha, pela Polícia Federal, que, durante quatro anos, teria pilhado mais de dois bilhões de reais dos cofres públicos, com a isenção de impostos a entidades filantrópicas de fachada. Freqüentemente, os jornais eletrônicos da capital aparecem pejados com notícias envolvendo o desvio de recursos públicos. Desgraçadamente, os esquemas e seus mentores são sempre os mesmos: políticos, funcionários, dirigentes públicos e empresários espertalhões, sempre dispostos a praticarem toda sorte de mutreta, para engordar suas recheadas contas bancárias. Cadeia para os gabirus, não há. E o ressarcimento ao erário, muito menos. No fundo, acaba sobrando, mesmo, é para a população, especialmente para os segmentos mais pobres, que dependem dos péssimos serviços oferecidos pelo poder público, nos setores da saúde, educação e transporte coletivo. A impunidade reinante nos escalões administrativos é a principal fonte das constantes agressões à lisura do comportamento de certos homens públicos. Houvesse, antes os fatos delituosos, que conduzem a prejuízos ao erário, o acionamento de providências severas, com a efetivação de punições drásticas aos ladravazes contumazes do suado dinheiro do contribuinte, a situação seria bem diferente. É claro que esculhambações continuariam acontecendo, mas, certamente, em quantitativo bem menos volumoso, pois muitos candidatos a corruptos pensariam não somente duas, três, mas cem vezes, antes de meter a mão suja na cumbuca do patrimônio público. A correta aplicação dos recursos públicos é um imperativo social. Por isso, ninguém se iluda, logo, chegará o dia em que o povo desencantar-se-á, definitivamente, com a realidade em que vive e passará a conduzir-se de acordo com a sua verdadeira vontade, que em nada se coaduna com a de políticos e dirigentes públicos corruptos.
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