Posseiros expulsos do Incra invadem a Seaprof
Posseiros que ocupavam há duas semanas o pátio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) deixaram o local ontem ao meio-dia, por determinação da Justiça Federal com um mandado de reintegração de posse.
Os manifestantes ainda esboçaram uma resistência pacífica, mas acabaram mudando de estratégia: transferiram a manifestação à sede da Secretaria de Assistência Técnica e Extensão Agroflorestal (Seaprof).
Com todos os pertences arrumados (barracas, roupas, utensílios domésticos), os trabalhadores sem-terra vestiram camisas vermelhas com a frase “Reforma Agrária já!”, deram-se as mãos e esperaram na calçada do Incra o prazo final estipulado pela Justiça.
Segundo explicou o superintendente do Incra, Raimundo Cardoso, as condições impostas pelos manifestantes não puderam ser aceitas, pois o instituto não dispõe de terras da União disponíveis para assentamento. E, para comprar, nem sempre o recurso do governo é suficiente.
“O Incra estava desapropriando uma área orçada em 23 milhões, mas o proprietário pediu 30 milhões, nesses casos, não tem como desapropriar”, exemplificou Cardoso.
Então, a solução encontrada pelo superintendente foi acionar a procuradoria jurídica do Incra e pedir à Justiça Federal a reintegração de posse e a imediata retirada dos posseiros das dependências do órgão.
Por isso, com a mudança de estratégia, os manifestantes resolveram ocupar o pátio da Seaprof até que o governo entre num acordo.
As 170 famílias que estão acampadas na Seaprof exigem que o Estado disponibilize um assentamento próximo ao município de Rio Branco, com energia elétrica e condições para escoar a produção.