Como em vários outros setores da vida social, os atos administrativos estão sujeitos às mais acerbas críticas, tanto quanto aos mais entusiásticos elogios.
A oportunidade e as demais circunstâncias em que as decisões são tomadas e implementadas é que dão argumentos a seus opositores ou apoiadores.
No final do ano passado, o vereador Paulo da Condor, apresentou um projeto de lei, dando ao segurado do Ipam o direito de inscrever a mãe ou o pai como dependente à assistência médica, mesmo que o beneficiário recebesse uma aposentadoria ou pensão correspondente a um salário mínimo.
O prefeito Roberto Sobrinho, claro, não gostou e vetou o projeto. Por meio de uma mensagem paradoxal e tosca, envidada à Câmara, Sobrinho justificou que, se acatada, a proposta quebraria o instituto.
Puro exagero. Sobrinho nem se deu ao trabalho de mandar sua assessoria (?) preparar um estudo financeiro para verificar o impacto da medida no caixa do Ipam. E mandou a caneta. Nem o Conselho Previdenciário, que é o órgão máximo da instituição, foi consultado, garante o presidente Raimundo Nonato.
Agora, vem Sobrinho, como que num passe de mágica, e anuncia que o prédio onde funciona o Ipam será reformado. E o custo da obra? Uns caraminguás: nada que ultrapasse à casa dos trezentos e trinta mil reais. Donde vai sair o dinheiro, do caixa da assistência médica?
São por essas (e outras) que o prefeito vem caindo em desgraça no conceito da opinião pública, sobretudo entre servidores municipais.
Uma vida administrativa desordenada enfraquece e desacredita a ação do governo, que tem que ter supedâneo na realidade municipal e considerar os fatores reais e efetivos importantes na conjuntura social.
Mas isso parece de somenos importância para o dirigente comunal, que insiste em assinar medidas utópicas, meras fantasias sem proveito coletivo e sem raízes na realidade municipal.
Repare-se o projeto de lei da mordaça, uma aberração legislativa, alvo de motejo entre parlamentares e de repúdio por parte de lideranças sindicais.
Há mais de três anos no comando do município e Sobrinho parece que ainda não aprendeu que o homem público tem que ter um sentido intuitivo. Às vezes, até profético, para prever o futuro, de maneira a traçar os seus atos numa linha reta, sem interrupções.
Falta ao prefeito coragem para tomar decisões oportunas e competentes, como, por exemplo, mandar para casa um sem-número de “companheiros”, encastelados em setores essenciais do governo, como saúde, educação, administração e serviços públicos, dentre outros. É por isso que seu prestígio político vem esfumaçando, cada vez mais, tirando-lhe a oportunidade de emplacar uma eventual reeleição.
Ineptos, despreparados e, o que é pior, prepotentes, muitos deles em vez de apontarem ao chefe soluções para os múltiplos problemas que afligem o cotidiano da população, fazem-no afundar no charco na inércia e da dubiedade.
O veto aposto pelo prefeito, ao projeto de lei do vereador Paulo da Condor, é um exemplo palmar do enunciado acima.