O Secretário Municipal de Saúde de Porto Velho, Sid Orleans, até que tentou jogar a responsabilidade nas costas do governo do Estado pelo corte no fornecimento de oxigênio a pacientes da capital, mas acabou sendo desmascarado pelo diretor do Hospital de Base, Amado Rahaal, que o chamou de incompetente. Sid, claro, teve que engolir o insulto sem pestanejar.
Nenhum outro setor da administração Sobrinho revela profunda deterioração nos serviços que presta quanto o da saúde. Os discursos são os mesmos, desde os tempos de Silas Rosas. Propostas para evitar o completo caos do atendimento à população não conseguiram impedir que se estabelecesse o estado de calamidade no qual o sistema está mergulhado.
Mas Sobrinho insiste em manter a cabeça de Sid grudada ao pescoço, mesmo contra todas as evidências de que não vem dando conta do recado à frente de um órgão de relevo na estrutura organizacional da prefeitura. Prefere comprometer a credibilidade de sua administração, a decapitar um companheiro.
Dizer-se que é a falta de dinheiro que torna permanentes os inúmeros problemas da saúde municipal, é desculpa esfarrapada que só convence as mentes tacanhas, muitas das quais encasteladas em postos estratégicos do governo, sem produzirem absolutamente nada em proveito da sociedade.
Sobrinho já devia ter mandado o “companheiro” Sid para casa. Só assim, ele teria mais tempo para cuidar de sua candidatura à Câmara Municipal da capital. Depois, decretaria estado de calamidade pública no setor, cuja condição já impera desde há muito.
Mas não é somente a saúde que vive dias difíceis. A educação, por exemplo, está, igualmente, beirando o caos, sem que, até agora, a titular da pasta, Epifânia Barbosa (outra pretensa candidata à vereança), tenha encontrado o meio capaz de solucionar o emaranhado de dificuldades inerentes ao órgão.
A área da administração, sob o comando de Joelcimar Sampaio, vem caindo pelas tabelas. O panorama não poderia ser mais tétrico, nada ficando a dever ao da educação. Repare-se o puxa-encolhe envolvendo o pagamento dos qüinqüênios aos servidores do quadro efetivo, constituindo-se numa brutal falta de respeito para com a categoria.
Pacientes sem oxigênio, para tratamento de saúde, muita gente passando as noites dormindo nas filas dos postos e policlínicas, para conseguir uma maldita ficha, na maioria das vezes, inutilizada, por falta de médicos ou medicamentos, a incidência de fatores mórbidos, a reincidência de doenças preveníveis, as elevadas taxas de mortalidade infantil e as precárias condições de saneamento, nada disso, porém, parece incomodar o cidadão que, atualmente, ocupa a principal cadeira do palácio Tancredo Neves.
Reconhecidamente, os problemas que afetam seriamente a área da saúde estão presentes em muitas outras, embora em nenhuma delas os interesses em jogo estejam longe de concorrer para o encontro de uma solução.
Enquanto as nomeações para cargos e funções públicas obedecerem à cartilha do fisiologismo, e não os critérios da competência, da moralidade, da impessoalidade e da probidade, a população continuará pagando o ônus causado pela incompetência de bajuladores e cabos eleitorados.