O triste fim do PMDB - Por Valdemir Caldas

Da Redação

19 de Janeiro de 2008 às 10:54

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O triste fim do PMDB - Por Valdemir Caldas

Foto: Divulgação

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Uma facção do PMDB municipal, capitaneada por Nerival Pedraça, resolveu rechaçar a possibilidade de uma eventual coligação do partido com o PT do prefeito Roberto Sobrinho, com vistas às eleições municipais deste ano. O presidente do Diretório Estadual do PT, Tácito Pereira, nega a cisão, dizendo que não há nada oficial, mas Pedraça garante que comunicou a decisão ao prefeito, durante reunião realizada em seu gabinete, no dia 05 de outubro do ano passado. Esse clima político, no entanto, não reflete, ao contrário do que seria lícito esperar, a discussão sadia e construtiva dos problemas municipais. No fundo, ninguém quer se incompatibilizar com ninguém, mas, sim, salvaguardar seus privilégios. Dêem alguns nacos de poder na prefeitura para a turma do Pedraça e tudo ficará às mil maravilhas. De boca cheia, eles, certamente, não terão do que reclamar. Essa gente não está preocupada com as agruras da população, tampouco em detectar as suas causas e as suas conotações, com a finalidade de encontrar saídas. Do prefeito, contudo, não se ouviu uma única frase a respeito do assunto. Por enquanto, Sobrinho se tem mantido ao largo da polêmica, deixando que todos os possíveis e viáveis acordos sejam costurados pelos dirigentes do seu partido. Assim, ele acabará colaborando para que sua eventual candidatura à reeleição ocorra de maneira tranqüila, menos traumática. Para um petista de carteirinha, porém, o brado de indignação de Pedraça, ao defenestrar, publicamente, uma possível coalizão do PMDB com o PT, é uma atitude mesquinha, que nada constrói, principalmente, para os que pensam beneficiar-se dela. E não constrói, reforçou o petista, simplesmente por que ela é fugaz, malévola e inconsistente. Nas trincheiras do PMDB, contudo, não são poucos os que se dizem revoltados com a posição de Pedraça, ao defender o lançamento de candidatura própria, contrariando, assim, o pensamento de membros da cúpula partidária, como o presidente Fernando Prado, que acalenta o sonho de ser o vice de Sobrinho. Esse negócio de racha político entre PMDB e PT é conversa afiada, que só convence os néscios. Não é à toa que muitos dirigentes partidários caíram em desgraça perante os seus comandados e, principalmente, a opinião pública, acusados de usarem o cargo para defender prerrogativas pessoais ou de grupos. Danem-se os interesses partidários! Não se diga, porém, que esse seja o caso de Pedraça e dos que o cercam. Mas há um odor extremamente desagradável no ar, que vem incomodando as narinas de muitos peemedebistas, inclusive.

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