Criminalidade e omissão – Por Valdemir Caldas

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Foto: Divulgação

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Menos por culpa das autoridades policiais, do que pelo aviltamento da estrutura social, em conseqüência de inúmeros fatores cujo exame não convém discorrer no momento, a violência física contra a população portovelhense instalou-se na pacata cidade de antanho. Não se diga, porém, que isso aconteça apenas na capital. Não! A criminalidade vem grassando em todas as cidades brasileiras, de médio porte para cima, causando apreensões e incertezas quanto ao futuro de seus habitantes. A própria passividade com que expressiva parcela da sociedade (aturdida e ameaçada) reage aos acontecimentos, parece tornar mais intranqüila à cidade de Porto Velho. Dados divulgados pela Delegacia Especializada em Crimes Contra a Vida apontam para uma redução no número de assassinatos registrados no ano passado em comparação ao ano de 2006. A Zona Leste continua na dianteira como a mais violenta. E não poderia ser diferente. Lá, estão os maiores e mais populosos bairros da capital. No JK I, para citar apenas um exemplo (a alma do ex-presidente do Brasil deve andar penando pelas esquinas violentas das ruas, perplexa e constrangida, diante da assombrosa invasão do banditismo), as famílias vivem em constante desassossego. Os facínoras estão agindo à luz do dia, mesmo com as presenças das duplas “Cosme e Damião”, o que não invalida a medida (extremamente salutar) adotada pelo Comando Geral da Polícia Militar. Algumas residências, no entanto, se transformaram em prisões e não há segurança máxima para os cidadãos, os homens e mulheres decentes deste Estado. Trata-se de uma situação gravíssima e que reclama uma ação enérgica das instituições e órgãos responsáveis, principalmente para que os marginais entendam que não estão sob a proteção da impunidade. Nesse turbilhão de desgraças no qual está engolfada a capital, as drogas tem papel decisivo. A própria polícia vê-se ultrajada, intimidada e desafiada pelos marginais, pelos cartéis do crime. Certamente, uma situação delicada, apreensiva e que requer prontas providências e efetivas diligências. Não vamos esperar que a nossa cidade seja transformada em terra sem lei e sem ordem, para, só então, se tomar as medidas necessárias. Em nome da segurança de toda a população. As policiais (civil e militar) vêm cumprindo a sua missão, apesar das enormes dificuldades que assoberbam esses setores. À classe política, contudo, cabe colocar de lado as quizilas paróquias e ajudar o governador Ivo Cassol a carrear mais recursos para melhorar a segurança da população. Independente de quem esteja no comando do Estado, quaisquer que sejam os prejuízos decorrentes dessa ausência de solidariedade, afetarão toda a sociedade, e não apenas à administração Cassol. É bom que os políticos demagogos entendam isso.
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