A BR-364, no trecho entre Candeias do Jamari e Porto Velho, ficou fechada na manhã desta sexta-feira (12), por seis horas, devido a um protesto contra o possível aumento no preço da passagem, superlotação e atraso, além das péssimas condições dos veículos.
*A negociação para a liberação da pista foi tensa entre patrulheiros rodoviários, comissão Justiça e Paz e o diretor do DER-RO, Jacques Albagli. A fila dos veículos chegou a mais de 20 quilômetros.
*O preço da passagem é de R$ 2,00. Com o aumento, ficaria em R$ 2,50. Além de serem contra o aumento, os manifestantes reivindicam ainda, a implantação dos terminais de integração com Porto Velho, a criação do Conselho Intermunicipal de Transporte de Candeias do Jamari, mais veículos para atender a população, melhoria nas condições de higiene dos ônibus, construção de abrigos cobertos em todo o município e circulação dos veículos atendendo todos os bairros.
*A cidade de Candeias do Jamari tem vivido um momento crítico, quanto ao transporte coletivo, desde a semana passada, quando houve a primeira interdição da rodovia. Após várias tentativas em vão de solucionar os problemas, integrantes da Comissão Justiça e Paz Dom Luciano Mendes, juntamente com populares candeienses, decidiram interditar a BR-364, acreditando ser esta a única maneira de resolver o impasse.
*De acordo com a coordenadora da Comissão em Candeias do Jamari, comerciante Neuci Ramos, no meio de tantos contratempos quem sai perdendo é o usuário. “Os usuários ficam até uma hora nos pontos aguardando o transporte. No horário de pico a situação fica pior, pois além da superlotação, o calor é insuportável”, lamenta.
*De acordo com funcionários da Rio Madeira, única empresa responsável pelo transporte dos passageiros, o número de passageiros transportados por ônibus urbanos ultrapassa o limite exigido por Lei e a frota é a mesma de dez anos atrás, sete veículos apenas.
*“Perdemos muito tempo, todos os dias dentro dos ônibus. É muita falta de respeito com nós, usuários. Temos que nos submeter a pagar uma passagem cara para ficar um tempão esperando ônibus e ainda ter que ir em pé e espremido. Sem contar a demora até chegarmos ao nosso destino”, desabafou a doméstica Sandra de Lima e Souza. *Conforme o professor Raimundo das Chagas, um dos manifestantes, a maioria das pessoas que trabalham em Porto Velho, já foram avisadas que serão demitidas caso o preço da passagem fique estipulado em R$ 2.50.
*Os moradores também defendem a quebra do monopólio da empresa Rio Madeira. Segundo os protestantes, outras empresas já tentaram fazer a linha de Candeias, mas são impedidas.
*Após a liberação da BR, os manifestantes se dirigiram até a Câmara Municipal dos Vereadores e exigiram a presença do prefeito Chico Pernambuco e dos edis da Casa de Leis.
*Após alguns minutos de espera, o prefeito apareceu e se pronunciou favorável as reivindicações, informando que no prazo máximo de 120 dias, os abrigos estarão construídos. Além do mais, o prefeito garantiu que irá acompanhar o grupo, na próxima reunião que ficou marcada para segunda-feira (15), com o gerente da empresa e o DER. “É o mínimo que podemos fazer sendo esta uma necessidade para oferecer conforto e segurança aos usuários do transporte coletivo em Candeias", justificou.
*Participaram ainda os vereadores Benjamim Pereira, Rui Brasil, Dejalma Silva, Sângela Rocha e o presidente da Câmara Manoel Borges (Pelezinho).
*Ao final da reunião, Neuci Ramos disse apostar no diálogo para superar os impasses e cobrou o compromisso das partes envolvidas em continuar as negociações para buscar uma solução, além de propor que o DER tome providências para uma melhoria imediata na qualidade dos serviços de transporte prestados à comunidade de Candeias do Jamari.