Expedito consegue com que Senado recorra da decisão do governo de cobrar dívida do Beron
Legenda: Presidente do Senado, Garibaldi Alves, recebe Expedito Júnior e senadores do PSDB***
O Senado prepara mandado de segurança com pedido de liminar (ação judicial) para garantir o cumprimento da Resolução 34/07 do próprio Senado em que determina a suspensão do pagamento da dívida do Banco do Estado de Rondônia (Beron). A ação será apresentada junto ao Supremo Tribunal Federal (STF). Hoje, o Tesouro Nacional descontou R$ 10,3 milhões do repasse do Fundo de Participação dos Estados (FPE). Esse dinheiro deveria estar nas contas de Rondônia.
O senador Expedito Júnior (PR/RO), que resgatou o Caso Beron tão logo assumiu seu mandato no Senado, entende a continuidade da cobrança como um desrespeito contra a Casa Legislativa. “O Governo Federal não reconheceu a autoridade de uma decisão do Senado, e isso é um absurdo”, indignou-se Expedito Júnior.
No dia 18 de dezembro passado, o plenário do Senado aprovou, por unanimidade, projeto de resolução determinando a suspensão da dívida por 270 dias até que uma auditoria aponte quanto de fato o Estado de Rondônia deve pagar. Também em dezembro, o Tribunal de Contas da União reconheceu responsabilidades do Banco Central pelo crescimento da dívida do Beron de R$ 40 milhões para R$ 600 milhões nos quatro anos de intervenção do banco.
Hoje pela manhã, o presidente do Senado, Garibaldi Alves, recebeu na Presidência da Casa o presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra (PE), seu antecessor no posto, Tasso Jereissati (CE), e o líder do partido no Senado, Arthur Virgílio (AM), além do senador Expedito Júnior. Nesse encontro, que também contou com a presença do advogado-geral do Senado, Alberto Cascais, ficou decidido que a Casa iria apresentar uma ação contra o descumprimento da decisão.
O senador Arthur Virgílio disse que o Senado precisa exigir o cumprimento de sua decisão para “corrigir essa injustiça com Rondônia e garantir a moral do Senado”.
Diante de uma possível liminar favorável do Supremo, o governador de Rondônia Ivo Cassol decidiu aguardar se a União devolverá esses R$ 10,3 milhões descontados antes de decretar moratória no Estado. “Conversamos com o Ivo. Ele vai esperar uma decisão do STF”, afirmou Expedito Júnior.
Até as 18h (horário de Brasília), o mandado de segurança ainda não havia sido impetrado no Supremo.