Falta de estrutura para receber migrantes preocupa Porto Velho

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Foto: Divulgação

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A construção das usinas hidrelétricas do rio Madeira deve atrair até 100 mil pessoas para Rondônia nos próximos anos. Se chegassem hoje, elas encontrariam uma capital com menos de 2% de saneamento básico e com uma periferia inchada e já bastante carente. "No verão a gente ficava sem água, o poço secava, e no inverno a água ficava barrenta, suja, não dava para beber. Às vezes a gente bebia e dava dor de barriga", conta o ajudante de servente Valdinei da Silva Teixeira, de 29 anos, que agora está morando na casa do patrão. O secretário de Planejamento, Israel Xavier Batista, diz que o município usará os recursos que virão com as usinas justamente para melhorar a vida de pessoas como Valdinei, com obras de saneamento básico e melhoras na infra-estrutura urbana. Para a promotora de Justiça Aidee Moser Torquato Luiz, porém, sem planejamento do poder público, as obras poderão agravar uma situação que já é complicada. "Hoje Porto Velho não tem estrutura de saúde, educação e segurança suficiente para atender à demanda da cidade. Tem um índice de criminalidade muito alto, problemas de ordem geral", diz a promotora do Ministério Público do Estado de Rondônia. Impactos Segundo a promotora, os impactos sobre a estrutura urbana serão sentidos especialmente durante a construção da usina de Santo Antônio, a menos de 10 km de Porto Velho e a primeira a ser licitada. "Como ela vai estar praticamente dentro da cidade de Porto Velho, os impactos são muito grandes. E a cidade não comporta receber mais ninguém sem que haja uma reestruturação dos serviços prestados pelo município", afirma Aidee. "É claro que vai haver uma pressão sobre a infra-estrutura da cidade", diz o secretário de Planejamento de Porto Velho. "Até porque, na usina de Santo Antônio, não é intenção dos empreendedores construir um alojamento. O alojamento vai ser a infra-estrutura da cidade." Batista admite também que nem todas as obras estarão prontas quando a hidrelétrica começar a ser construída, entre o final de 2008 e início de 2009. "Vai criar um certo conflito porque nós vamos fazer asfalto e drenagem, depois a Caerd (Companhia de Água e Esgotos de Rondônia) vai passar cavando buracos para fazer a rede de esgoto e de água, mas nós não podemos esperar que eles concluam a rede de esgoto e água para fazer asfalto e drenagem." *VEJA TAMBÉM: * Ministério Público questiona estudos de impacto do Madeira * USINAS DO MADEIRA - Testoni propõe que maioria dos empregos seja para moradores do estado
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