* Os 400 assentos do auditório da Prefeitura de Manaus, na Compensa, zona oeste, foram insuficientes para comportar a quantidade de pessoas que compareceram ontem (29) à audiência pública sobre o sistema de transporte coletivo da cidade. Estiveram representados na consulta popular políticos, lideranças comunitárias e estudantis, entidades de classe, empresários do setor e do Ministério Público Estadual (MPE).
*Mas o modelo de participação popular do evento fez com que a audiência pública fosse marcada também pelo tumulto e protestos de entidades. O professor de filosofia e presidente do Movimento Candiru, Ivan Viana, chegou a ficar despido na porta de entrada do auditório da prefeitura antes de ser contido por agentes da Guarda Municipal Metropolitana.
*De acordo com a esposa de Ivan, Emileni Mariano, ele não concordou que os questionamentos fossem feitos por escrito e ao tentar se aproximar de representantes da MPE e da prefeitura foi contido pelos guardas municipais e arrastado para fora do auditório.
*“Ele queria poder perguntar oralmente, mas como isso não seria possível tentou se aproximar de algumas pessoas da prefeitura e do MP para conversar. Só que ao fazer isso foi tirado à força do auditório. Ao tentar se desvencilhar dos guardas, teve as calças arrancadas e ficou totalmente nu. O que fizeram foi uma arbitrariedade”, desabafou.
*Problemas psicológicos
*Ao ser encaminhado para o 8º Departamento de Polícia (8º DP), que fica ao lado da prefeitura, Ivan repetia que tinha problemas psicológicos, que faz uso de remédios e que somente queria poder opinar sobre as alterações previstas para o sistema de transporte coletivo de Manaus.
*Ele, sua esposa e os três guardas metropolitanos acusados de terem arrastado o líder do Movimento Candiru até a delegacia foram ouvidos pelo titular do 8º DP, Mário Brito. Segundo o delegado tirar a roupa em via pública é um ato obsceno e sua prática move um processo simples.
*“Foi um protesto um pouco mais acalorado, mas estamos ouvindo algumas pessoas e logo em seguida ele será liberado. É a segunda vez que ele é trazido à delegacia por causa dos protestos. Na semana passada, ele invadiu um evento no Tropical Hotel e foi retirado à força pelos seguranças. No primeiro depoimento que tomei dele quase não entendia o que ele dizia, ele parece ser uma pessoa confusa”, ressaltou.