A Eletronorte não vai construir sozinha a hidrelétrica de Santo Antônio, no rio Madeira (RO), caso vença a disputa pela usina. Em situação financeira precária, registrando prejuízos há vários anos, a estatal deverá buscar um parceiro para a obra.
Pelas regras do leilão, no entanto, o sócio não poderá ser nenhum dos atuais concorrentes, privados ou estatais: Odebrecht, Camargo Correa, Andrade Gutierrez, Alusa, CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz), Endesa, Furnas, Chesf e Eletrosul.
A Folha questionou a Casa Civil, o Ministério de Minas e Energia, a Eletrobrás e a própria Eletronorte sobre a motivação para incluir uma estatal sozinha. Segundo a Folha apurou, a entrada na disputa tem como objetivos garantir que a usina venha a ser construída, caso não haja a entrega de propostas de outros concorrentes.
Além da entrada da Eletronorte sozinha, outra surpresa foi a participação pequena da Camargo Corrêa apenas 0,9% no chamado Consórcio de Empresas Investimentos de Santo Antonio (Ceisa). Do grupo também participam a Chesf (Companhia Hidro Elétrica do São Francisco), com 49%; a CPFL Energia (responde por 25,05%); e ENDESA Brasil (25,05%).
Os outros consórcios já eram esperados. O Madeira Energia reúne a Odebrecht (com participação de 17,6%), Construtora Norberto Odebrecht (1%), Andrade Gutierrez (12,4%), Cemig (10%), Furnas Centrais Elétricas (39%) e Fundo de Investimentos e Participações Amazônia Energia (FIP, formado pelos bancos Banif e Santander), com 20%.
Já o consórcio CESB (Energia Sustentável do Brasil) tem a Suez, com 51% de participação, em parceria com a Eletrosul, que ficou com 49%. Por fim, o Consórcio Norte Energia tem a Alupar (37,5%), Indústrias Metalúrgicas Pescarmona (15%), Schahin Holding (27,5%), UTC Engenharia (10%) e Schahin Engenharia (10%).
O leilão de Santo Antônio será feito no dia 10 de dezembro, em Brasília. A usina terá capacidade de 3.150 MW. Até 30% da energia gerada na usina poderá ser vendida no mercado livre, para grandes consumidores como mineradoras, indústrias e shoppings. O empreendimento deverá gerar energia a partir de dezembro de 2012, data prevista para a entrada em operação das duas primeiras unidades geradoras.
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