A integração regional dos países da América do Sul, cuja semente foi lançada com a criação de Mercosul, ainda no governo Itamar Franco, é tida como solução para ajudar o desenvolvimento regional, especialmente nas regiões noroeste do Brasil, nordeste da Bolívia e no sul do Peru. A importância deste assunto fez com que os países da América do Sul se unissem e criassem o IIRSA – Iniciativa para Integração da Infra-Estrutura da América do Sul, quando cada nação escolheu seus projetos prioritários, para desenvolvê-los de forma integrada.
*Um dos projetos elencados no portfólio do IIRSA é a hidrovia do Rio Madeira. Com a construção das duas hidrelétricas no rio Madeira – Santo Antônio e Jirau – seriam anexadas a estas obras eclusas permitindo a passagem de barcos e, com isso, permitiria o escoamento pelo modal fluvial de da produção regional, desobstruindo o tráfego nas rodovias, além de baratear o frete, deixando mais recursos no bolso do produtor.
*Atualmente, restrita aos 1100 quilômetros entre Porto Velho e Itacoatiara, a hidrovia do Rio Madeira já representa um dos maiores corredores de escoamento da produção da região, principalmente da soja produzida no norte do Mato Grosso, até o mercado externo.
*Sob falsas premissas, as organizações não governamentais alegam que a navegabilidade dos rios da região Amazônica, a montante de Porto Velho, causaria um impacto ambienta muito grande com a ampliação da área de plantio, especialmente de commodities. O organizador do livro “Máfia Verde” I e II, Lorenzo Carrasco, porém, afirma que estas ongs estão defendendo interesses norte-americanos, que não querem perder a hegemonia do mercado externo de soja. “Não causa admiração, portanto, que os estadunidenses tenham conferido à soja brasileira um status estratégico similar ao do petróleo árabe.
*“Campanhas contra hidrovias brasileiras são organizadas pela ong estadunidense ‘International Rivers Network’, com apoio local da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e uma das suas “crias”, o Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB, criado em março de 1991, como uma espécie de MST antibarragens”, afirma Carrasco.
*Ele acrescenta que o comando da operação anti-Projeto Madeira está a cargo da ong transnacional ‘Friend of the Earth’ (Amigos da Terra), sediada em Amsterdã, Holanda, cujo dirigente máximo é o ítalo-brasileiro Roberto Smeraldi. Participam também representantes da ‘International Rivers Network’(IRN), MAB, Comissão Pastoral da Terra (CPT), além de entidades vinculadas a seringueiros e índios. “Na prática trata-se do mesmo “comando”que foi, em grande medida, responsável pelo atraso de anos na implementação dos gasodutos Urucu-Manaus e Urucu-Porto Velho”.
*O principal objetivo estratégico deste aparato ambientalista – conclui Lorenzo Carrasco – é obstaculizar o processo de integração física da América do Sul, que, a despeito de algumas deficiências conceituais, vem sendo estudado pelo IIRSA. Está bem claro as “impressões digitais”da oligarquia internacional que estão financiando esta oposição à hidrovia e à construção das usinas no Rio Madeira: fundações Ford, C.S. Mott e Heinrich Boell, esta última ligada ao Partido Verde alemão.”