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1º Capítulo - O Futebol Rondoniense
*O futebol rondoniense está na UTI. Clubes endividados, dívidas a saldar..., porém como se diz o velho ditado: “a esperança é a última que morre”, ou seja, dirigentes que são apaixonados pelo esporte mais idolatrado em todo mundo renovam a expectativa de dias melhores para os próximos anos.
*Viver de ilusão já faz parte do calendário brasileiro, que tenta pouco a pouco não ser prejudicado por se opor ao europeu. Para isso, em 2007, o futebol nacional seguirá os mesmos moldes da Europa, finalizando desta forma o dilema que se prolongava por vários anos. Mudar ou não?
*Voltando ao estado desbravado por Marechal Cândido Rondon, o futebol simplesmente regrediu. Seu apogeu ocorreu no final da década de 70 e início de 80, época em que era disputado o extinto Copão da Amazônia, onde estados como Rondônia, Acre, Roraima e Amapá faziam a verdadeira festa do futebol nortista, levando as capitais a uma briga saudável para sediar a competição.
*Rondônia das três Caixas D’Água, da EFMM (Estrada de Ferro Madeira-Mamoré), do Forte Príncipe da Beira e de outras belezas naturais, porém o estado é visto por todo país apenas na área policial, quando há rebelião no presídio Urso Branco, corrupção na Assembléia Legislativa, violência urbana e notícias negativas que mancham cada vez mais o nome desta região tão desconhecida pelo Centro-Sul do país.
*Voltando ao cenário do futebol rondoniense, são encontrados clubes sem patrimônio e que são sustentados por verdadeiros apaixonados pela bola, coisa existente em todo canto deste país com dimensões continentais. Como as frases do presidente da União Cacoalense, Luiz Contec, que afirma: “eu realmente não sei há muito tempo que é passar um final de semana com minha família” ou mesmo o presidente do Shallon, Eliel Silva, que diz: “a pedido da minha mulher já tentei parar com o futebol, mas o Shallon está em minha vida”.
*Clubes sem patrocínio e sem parceiros é muito comum se ver, pois num estado onde a corrupção atingiu um estágio alarmante, o esporte sobrevive à míngua. Alguns fogem a exceção como é o caso da União Cacoalense e VEC, que possuem seus patrocinadores fixos, porém estes simplesmente não conseguem cobrir todos os gastos realizados pela equipe numa temporada, principalmente ao futebol rondoniense ter inflacionado tanto nos últimos anos.
*Atualmente dentro do estado de Rondônia, o esporte não é visto como um lazer para a sociedade, mas sim como um peso para políticos, que tentam se auto-promover de outras maneiras, como carnaval de época, festas banais e outros, que acabam desta forma enganando o povo, que sempre é o maior prejudicado.
*Como diria a então a deputada estadual Helen Ruth: “eu não vou mudar o mundo e você também não”, frase dita no escândalo da Assembléia Legislativa, que fora apresentado no Fantástico da Rede Globo de Televisão, no mês de abril deste ano.
*Por que é mais fácil um político buscar sua auto-promoção em festas ou mesmo em carnavais fora de época??? Os valores foram trocados e ao invés de se promover à saúde ou mesmo um lazer para o jovem que está sem ocupação, o abandono é algo marcante dentro do estado.
*O social foi totalmente abandonado e hoje simplesmente não existe no estado uma política de valorização ao jovem atleta. As Federações estão presas as Confederações em suas respectivas modalidades, não realizando competições em benefício ao esporte e sempre tendo a certeza de que realizou muita coisa, com o feito de uma só competição – campeonato estadual.
*Hoje em Rondônia você percebe a preocupação da FFER em tratar das categorias mirim e dente-de-leite, digna de aplausos. Mas após passar por estas “fases”, para onde o jovem atleta irá?? Existem coisas no futebol dentro do futebol que são simplesmente inexplicáveis!!
*Agora em outubro finalmente o Sub-20 irá retornar, para alegria dos mais jovens que pretendem um dia chegar a vestir camisas de grandes equipes do país. Porém anda existe um questionamento, entre as categorias mirim e dente de leite da Sub-20, porém com os anos, a expectativa é que o futebol se desenvolva mais ainda no estado.
*Antes de se criar a categoria Dente de Leite e Mirim do Campeonato Rondoniense, deveria ser criada, Sub-17, Sub-15...., categorias essas que poderiam trabalhar melhor o jovem atleta, fazendo com que o mesmo conquiste seu espaço e consiga subir cada degrau do futebol dentro do estado, mostrando assim a preocupação com cada revelação formada dentro do estado.
Entrando definitivamente no futebol profissional, nos dias atuais, Rondônia possui um futuro promissor, porém a falta de uma verdadeira promoção e uma maneira de divulgação para atrair o torcedor aos estádios. As ilusões são deixadas de lado quando a realidade é posta a tona.
*Voltando no passado, o estado possuía um ótimo campeonato, na Era Amadora, onde os “grandes da época”, como Flamengo, Moto Clube, Ypiranga e Ferroviário lutavam intensamente em busca de títulos além, de possuir a todos os dias de jogos, o estádio Aluízio Ferreira lotado demonstrando a forma com que o futebol do estado era muito prestigiado.
*Guerras “saudáveis” de torcidas, rivalidades acirradas, prestígio e gozações com adversários eram comuns na época do futebol amador, onde o torcedor tinha o prazer de ir ao estádio com a certeza de ver um grande jogo e sabia como estava a classificação da competição.
*Atualmente, a população sequer sabe quando começa o Estadual. A vergonha está estampada no torcedor porto-velhense, o qual espera por dias melhores para o futebol da capital, que clama por bons resultados. Enquanto isso, o interior mais organizado leva os títulos na maior tranqüilidade.
*No interior, o futebol é mais organizado e desta forma clubes como União Cacoalense e VEC buscam ocupar seu espaço nos últimos anos. Já o Ji-Paraná é uma exceção, pois o clube vive apenas do nome conquistado através de conquistas dentro do estado e participações em competições nacionais. Sua realidade financeira é pífia e o clube acumula dívidas deste o ano de sua fundação, 1991.
*Leia também:
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História do Futebol Rondoniense - 2º Capítulo
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História do Futebol Rondoniense - 3º Capítulo - O Futebol Profissional
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História do Futebol Rondoniense - 4º Capítulo – A Fragilidade da Capital
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Documentário Futebol Rondoniense - 5º Capítulo – A força do interior