*Em Porto Velho, observa-se a ocorrência de fatos agradáveis e, infelizmente, de fatos desagradáveis como o tratamento dispensado ao meio ambiente, sobretudo no que se refere à preservação de árvores.
*Com aparente ausência de critério, a Prefeitura deste município, por intermédio da SEMA (Secretária do Meio Ambiente), autorizou o corte de árvores como as duas ocorrências registradas recentemente: a primeira refere-se às árvores que humanizavam o centro, na Rua Carlos Gomes, próximo ao ponto de ônibus, em frente a Casa de Cultura “Ivan Marrocos” as quais foram destruídas na época da reforma dessa instituição. Este ato da SEMA serviu apenas para prejudicar o meio ambiente, além de deixar o usuário de ônibus em pleno sol.
*Embora seja fato que apenas uma árvore frondosa equivale a trinta e quatro aparelhos de ar condicionado ligados - Porto Velho continua a degradar sua flora exuberante. Se hoje a população pode contar com a sombra de uma árvore frondosa, amanhã, correrá o risco de não desfrutar desse benefício natural.
*É óbvio que replantar não substitue às árvores inexplicavelmente arrancadas, mas espera-se que esta iniciativa parta do órgão que autorizou a tão lamentável destruição, a SEMA.
*A segunda, foi quando a SEMA autorizou o corte das árvores de variadas espécies, que serviam de refrigério para os transeuntes da Praça “Pe. João Nicoletti”, situada em frente à sede da Prefeitura.
* Para quê? Com vistas ao desenvolvimento? Não. Evidentemente. Cortar árvores desequilibra o ponto entre desenvolvimento econômico, a sustentabilidade ecológica e a cultura do local; assim o primeiro passo para evitar a crise ambiental é o saber de todos os segmentos da comunidade principalmente a “conscientização” dos arquitetos, engenheiros, autoridades locais e da população como um todo. Tais atitudes contribuem para que o meio ambiente, em virtude de tantas agressões acabe por se transformar em local inabitável.
*É de responsabilidade dos arquitetos não só conhecerem os temas relacionados à urbanização como também de adequar o projeto arquitetônico ao meio e não como ocorreu na Praça da Prefeitura, onde o que se planejou foi exatamente o contrário, ou seja, o meio foi destruído para adequação do projeto. De maneira que, após a sua execução, observa-se apenas algumas plantas baixas ornamentais e nenhuma árvore que realmente proporcione um clima ameno à população, exceto as palmeiras imperiais.
*Logo, resta sonhar que essa iniciativa de preservação, assim como a de replantar parta da própria sociedade de Porto Velho. É necessário despertar a sensibilidade dos moradores a fim de evitar que essa destruição continue, porque a natureza preservada, além de pertencer ao Patrimônio Histórico da Humanidade, é fonte de vida. Portanto, deve-se levar a sério a questão ambiental para evitar a morte da terra e, para isso, precisamos conservá-la.
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* Lígia Pasini Miguel é advogada – OAB nº. 3196