Aos poucos, vai o presidente da Assembléia Legislativa de Rondônia, deputado Neodi de Oliveira, deixando escorregar por entre os dedos, a oportunidade inescapável de mostra à sociedade que aquela Casa está sintonizada com os ventos de moralidade que sopram nos quatro quadrantes do País.
A doação de dinheiro da ALE, para patrocinar um rega-bofe agropecuário, não poderia ser mais ilustrativo. Tem-se a impressão de que o presidente Neodi não aprendeu coisa alguma dos episódios que envolveram seu antecessor, cuja administração foi marcada por uma seqüência de escândalos, que atirou na pocilga a credibilidade do Poder Legislativo.
Mais uma vez, o Poder Legislativo de Rondônia exagera e se coloca sob o enfoque das críticas da opinião pública. Confundir o patrimônio público com o privado parece ser algo intrínseco a certos administradores.
A conduta do presidente remete-nos a frase proferida pelo político, filósofo e brilhante orador, Marco Túlio Cícero, que viveu em Roma por volta de 106 a 43 a.C
Segundo ele, se tivesse que escolher entre três coisas – cometer injustiças e não sofrê-las; cometê-las e sofrê-las ou evitar ambas – o melhor seria cometê-las impunemente. Um parêntese, para corrigir uma injustiça: na colaboração anterior, esqueci de dizer que o PCCS dos servidores da Câmara Municipal de Porto velho foi aprovado na administração da presidenta Sandra Moraes, cujo trabalho merece os melhores encômios.
Feito o reparo, nada obsta, portanto, que o Ministério Público do Estado de Rondônia, sempre de atalaia e prontidão no cumprimento de seu papel constitucional, debruce-se sobre a doação de dinheiro pela ALE, com a mesma competência e intrepidez que tem demonstrado no combate ao nepotismo e outras práticas daninhas, que enxovalham a administração pública.
Num momento difícil por que passa o estado, enfrentando problemas nas áreas da educação, saúde e segurança pública, com serviços essenciais estagnados por falta de verbas e a qualidade de vida da população em pleno processo de deterioração, com a sociedade à mercê de marginais de todos os matizes, com gente passando a noite nas filas dos hospitais e policlínicas da rede pública para conseguir uma consulta, chega a causar asco a benevolência da ALE.
Depois, os senhores representantes do povo, criticam o Executivo quanto este, eventualmente, extrapola e gasta além das medidas, do racional e do necessário.
Mais uma vez, repita-se, a Assembléia Legislativa de Rondônia é destaque, sobretudo nos jornais eletrônicos, não pelo brilho dos que lá tem assento, mas pela exposição ao ridículo a que muitos expõem aquele Poder, mostrando que não será agora que conseguiremos colher benfazejos frutos políticos e sociais.
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