*O governador de Rondônia, Ivo Cassol, é praticamente um foragido e a polícia deve ir ao encalce dele nos próximos dias. Foi o que previu nest quinta feira o senador Sibá Machado (PT-AC), ao considerar um grave acinte o fato de Cassol, junto com o governador do Mato Grosso, Blairo Maggi, terem ido no Acre pregar um modelo de desenvolvimento baseado no plantio de soja, uma cultura que, segundo o senador, só gera desenvolvimento apenas para quem a planta, além de representar um grande desastre ambiental para a Amazônia. "Ivo Cassol foi expulso do PSDB. E está com o mandato de governador quase cassado por causa de improbidade administrativa e do processo que nós, da comissão do Senado, estamos trabalhando. Então, não sei se essa pessoa é exemplo para ir para lugar algum. É um cara que está praticamente foragido. E a Polícia deve ir ao encalce dele nos próximos dias", disse Sibá Machado.
*O senador do PT acreano faz parte da comissão externa do Senado que esteve em Rondônia recentemente para investigar o escândalo de propinas envolvendo o governador Ivo Cassol e a esmagadora maioria dos deputados da Assembléia Legislativa do estado. Além de responder ao escândalo das propinas, Cassol está sendo investigado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) por ter, junto com familiares, fraudado várias licitações públicas na época em que era prefeito do município de Rolim de Moura.
*Sibá Machado destacou que, se os políticos do Acre que fazem oposição ao governo Jorge Viana, "querem acompanhar esse tipo de gente, então eu tenho muito medo do que será o futuro do Acre". "Aí, vai juntar todo mundo num canto só: Geraldo Mesquita, Narciso Mendes, Márcio Bittar e Ivo Cassol, para compor um retrato. Mas como nós já lutamos contra isso no passado, lutaremos com muita honra a partir de agora com quem se meter na nossa frente", completou o senador.
*Recém reeleito para a presidência do PT estadual, Sibá Machado, considerou normal o fato dos dois governadores visitarem o estado numa missão política a convite dos partidos de oposição. "Isso é normal e todos nós fazemos". Mas o que o senador considerou "um acinte" foi eles chegarem no Acre, sem conhecerem melhor o estado e baseados apenas em "futricas políticas" atentarem contra o desenvolvimento sustentável que vem sendo tocado há tempos pelo atual governo.
*"O que a gente achou um acinte da parte deles foi chegarem lá, sem conhecerem melhor o estado, baseado apenas numa futrica política, e quererem desmontar tudo que a gente fez com tanto sacrifício durante esses anos todos em termos de desenvolvimento sustentável", disse Machado. Para o senador, o outro acinte cometido pelos dois governadores foi chegarem no estado pregando a soja como desenvolvimento. "É desenvolvimento apenas para o dono da soja, pois esse produto não faz distribuição de renda. Isso sem falar na fortíssima agressão ambiental que ele provoca", disse.
*Para o senador, o governo do Acre recusa esse tipo de modelo de desenvolvimento. "Nós achamos que o nosso modelo é o correto, principalmente num estado que está bem no coração da floresta. Então, nós não podemos transformar o Acre num campo de soja. Se você arrancar 100% da floresta acreana e colocar soja no lugar, mesmo assim o Acre não será um estado rico porque a soja, transformada em dólar, na poderia substituir o potencial que nós temos em várias áreas do setor florestal, seja o madeireiro e o não-madeireiro", completou Sibá. "Portanto, neste ponto, os dois governadores foram infelizes".
*Por último, o senador defendeu que o governo federal ou outra instituição de âmbito federal, como o Ministério Público, promova ação de indenização contra os estados de Rondônia e Mato Grosso pelos prejuízos de toda ordem que a fumaça das queimadas de seus estados provocaram na população acreana nos últimos meses. "Como ouve uma situação atípica, uma mudança climática que nos pegou de surpresa, esse papel de processo de indenização para ser do estado do Acre, digamos assim, muito forte. Mas uma ação do governo federal, de uma instituição federal, acho que cabe sim os governos de Rondônia e de Mato Grosso serem chamados à responsabilidade. Pelo ministério Público Federal principalmente", finalizou Sibá Machado.