*- Foto/legenda: Cena do filme "Um Cão Andaluz", clássico do diretor espanhol Luiz Buñuel
*--
*A programação deste Domingo, dia 11, no Cineoca, conta com mais um documentário do projeto Doc TV. *Desta vez é a produção do Rio de Janeiro: Do Lado de Fora, de Paula Zanettini e Monica Marques, que mostra a história de seis mulheres que tiveram suas vidas modificadas em função de seus filhos, maridos, irmãos ou companheiros terem sido presos. *A sessão, no Audicine do Sesc/Esplanada, começa às 17 horas.
*Além do Doc TV, o Cineoca também exibe, como tem feito todos os segundos domingos do mês, uma produção de videoarte. O destaque é "Grau" (duração 12 min), um video experimental de Robert Seidel, bastante veiculado em diversos festivais alternativos pelo mundo afora.
*Para completar a programação a estréia do curta de 1 minuto "Deusa do Fogo", de Joesér Alvarez, com performance de Michele Saraiva e ainda o clássico do cinema surrealista Um cão Andaluz, de Luiz Buñuel.
*UM CÃO ANDALUZ ? Sinopse
*Com roteiro co-escrito por Salvador Dalí, Luis Buñuel estreou como diretor e ator neste curta-metragem, o marco inicial do surrealismo no cinema. À luz da psicanálise, Buñuel e Dalí exploram o inconsciente humano, numa seqüência de cenas oníricas, incluindo o célebre momento em que um homem corta, com uma navalha, o olho de uma mulher.
*Segundo Luis Buñuel, em seu livro de memórias, o filme inicial de sua carreira, o curta-metragem "Um cão andaluz" (Um chien andalou; 1928), fundiu na tela dois sonhos, um do próprio realizador, Buñuel (uma navalha corta um olho), outro do pintor Salvador Dali, que colaborou no roteiro (uma mão cheia de formigas). Na verdade, estas duas imagens (no início da fita um homem com uma navalha rompe secamente o globo ocular duma mulher; e as formigas na mão aparecem insistentemente no descosido da narrativa) marcaram definitivamente o cinema de Buñuel, que foi depurando os excessos surrealistas de seus princípios até chegar a uma obra tão sutil quanto seu derradeiro filme, "Esse obscuro objeto de desejo" (1977).* Com seu ousado filme curto, que arriscava a alinearidade temporal e o fluxo espontâneo de imagens depois levado à exacerbação pelos experimentalistas, Buñuel inscrevia o cinema na vanguarda surrealista que era a moda na época, conferia status artístico ao sempre menosprezado cinema.
*A seqüência da filmografia de Buñuel nos ensinou que o corte no olho é necessário para que aprendamos a olhar, desfazendo os vícios do automatismo; cortando o olho desde seu pontapé cinematográfico inicial, Buñuel colocou em seu lugar uma nova maneira de olhar, a maneira cinematográfica