Cenas de guerrilha- por Francisco Andreoli

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Foto: Divulgação

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*Quando se aproxima o dia dos Pais, e a mídia começa a anunciar campanhas comerciais para presentear o Pai, vem à lembrança a imagem forte daquele que me gerou. *Guerreiro, contestador, viveu com intensidade o seu tempo. *Lutou contra o regime militar, foi Político (com P maiúsculo), vereador do extinto MDB, trabalhou no inicio da Assembléia Legislativa de Rondônia. *Tenho certeza que estando vivo, não compactuaria com esta bandalheira que impregna o Legislativo Estadual. * Conhecendo sua natureza, sei que estaria de todas as formas possíveis, cobrando Justiça e punição para quem não honra o mandato dado pelo povo. *Revirando seus pertences pessoais, encontrei um caderno, de folhas amareladas, com várias fotos antigas em formato de álbum. *Quando sentados á sua volta, ouvíamos contar suas histórias de participação no movimento armado, na luta contra a Ditadura, não tínhamos imagens para recordar o fato. *Neste caderno agora encontrado, dezenas de fotos dos companheiros de guerrilha, agrupados no alto da serra da Mantiqueira, no sul de Minas, numa localidade chamada ?Capim Azul?, confirmam seus relatos. *Uma poesia endereçada á mim e meu irmão,Ricardo Andreoli, também compõe este valioso achado. *Enquanto seu assassino passeia impune, este primeiro dia dos pais sem sua presença serve como um elixir para continuar esta guerra por justiça. *CENAS DA GUERRILHA *Eu era muito novo *quando liberdade morreu. *Morreu nos meus braços, *na madrugada da serra *cobrindo de nuvens *todos os alcantis. *As pedras soluçavam *Aquela morte. *Escorridas de orvalho. *Os companheiros de sonhos *Eram novos, muito novos *E jaziam enrijecidos *Pela morte fria *entre as árvores da encosta, *restos inanimados *do último combate. *Eu era muito novo *quando liberdade morreu. *Morreu nos meus braços... *Eu a deixei inerte *somada ao bando *de guerreiros mortos. *Larguei meu fuzil e minha adaga *ao lado dos corpos petrificados *e desci lenta e dolorosamente *as escarpas floridas *sem sorrir, *sem chorar, *sem esperança, *sem liberdade, *Francisco Andreolli ? 1941 - 2004
Direito ao esquecimento

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