Diretor da Polícia Civil do Estado esclarece atividades de policiais no Ramal do Boi
*Há mais de 20 anos a polícia de Rondônia dá apoio, até agora informal, à
polícia do Amazonas, que não tem condições de atender áreas próximas à
fronteira rondoniense, que em alguns casos chegam até a mais de 600
quilômetros de Manaus. Foi com essa intenção que policiais desse estado
foram até a região conhecida como Ramal do Boi. O diretor geral da Polícia
Civil do estado, delegado Carlos Eduardo Ferreira, disse que foi mais uma
das ?dezenas? de operações que se fazia normalmente, para apoiar a
segurança amazonense, num sistema de parceria que Rondônia já executa
oficialmente com o Mato Grosso e com o Acre. ?Nesses 20 anos em que
apoiamos o Amazonas e com a única intenção de combater o crime, porque ele
não tem fronteira, não recebemos sequer um muito obrigado. Agora, por
questões políticas, que nada tem a ver com ações policiais, quando fomos
agir porque havia uma denúncia de um iminente conflito armado, ao invés de
elogios pelo nosso trabalho acabamos sendo apedrejados?, lamenta o Carlos
Eduardo.
*O chefe de polícia rondoniense diz que as ações no território do Amazonas
incluem prisões, cumprimento de mandados, busca de corpos e até perícias,
já que a polícia amazonense não tem como realizar tais tarefas em áreas
tão distantes. ?Fazemos isso há duas décadas e agora estávamos
oficializando essas ações através de um convênio que já foi assinado e
está na Procuradoria Geral do Estado para ajustes finais. Só que, já que a
Secretaria de Segurança do Amazonas não reconhece esse nosso trabalho e,
por certo não o considera necessário, a partir de agora não faremos
nenhuma operação fora de nossas fronteiras?, disse Carlos Eduardo.
*O delegado reforçou que a ação feita por policiais rondonienses na região
de conflito foi apenas para evitar um conflito armado que se aproximava ?
tanto que várias armas foram apreendidas e já encaminhadas para a polícia
da cidade de Humaitá, para o inquérito competente ? e que ?nossa ação nada
teve a ver com problemas de terras, já que isso não nos compete?. Carlos
Eduardo disse que, em função da posição da Secretaria de Segurança do
Amazonas, a polícia rondoniense só manterá a parceria com Mato Grosso e
Acre e não fará mais qualquer tipo de ação no território amazonense.