*O fato não ocorreu em Porto Velho ou qualquer cidade do interior do Estado, mas a matéria tem conteúdo de alerta, onde se registra um fato inusitado ocorrido essa semana com uma criança que estava sob a vista da sua mãe, que é psicóloga, e brincava num aparente inofensivo brinquedo que consistia de um de labirinto de três andares com piscina de bolinhas coloridas e túneis ? típico dos que encontramos em áreas de lazer em sorveterias e no shopping da capital.
*Nota-se ao ler o conteúdo do texto que até os médicos que atenderam a família se mostraram preocupados com o que ocorreu com a criança, pois não havia sinais externos, o que justificaria a lesão sofrida internamente em sua cabeça. No local onde ocorreu o fato, Shopping Eldorado, o acidente foi considerado inusitado e a empresa que fabrica o brinquedo mandou investigar e já divulgou nota esclarecendo que é a primeira vez que isso ocorre.
*A explicação, ainda que pareça ?forçada? - pela natureza do ocorrido -, segundo os médicos, é que a criança tenha sofrido uma ?forte emoção? o que acarretou uma lesão irreversível em seu cérebro.
*O ?acidente? ocorreu na segunda-feira (18), mas Gabriel Moreira Thomazette morreu na terça-feira (19).
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*Confira matéria na íntegra:
* O menino Gabriel Moreira Thomazette, que ia completar 4 anos dia 29, morreu após entrar no brinquedo Kid Play - uma espécie de labirinto de três andares com piscina de bolinha e túneis - no Playland do Shopping Eldorado, em Pinheiros, zona oeste de São Paulo. O incidente aconteceu no fim da tarde de segunda-feira e o menino morreu nesta terça-feira no Hospital das Clínicas. A mãe, a psicóloga Leila Maria Demandri Thomazetti, diz que não era a primeira vez que Gabriel se divertia naquele brinquedo.
*- Já tínhamos ido lá muitas vezes - comenta.
*Os médicos do Instituto Médico Legal atestaram em laudo preliminar que Gabriel foi vítima de uma "fatalidade". Segundo a tia da criança, Silvana Demandri Moreira, "os legistas explicaram que a lesão no cérebro foi provocada por uma emoção muito forte e poderia ter acontecido em qualquer lugar", conta. Silvana diz ainda que, de acordo com os médicos, o menino não chegou a sofrer um aneurisma e sim o rompimento de uma veia.
*Segundo a família, os médicos do Hospital das Clínicas haviam comentado que a lesão que a criança sofreu no cérebro era da mesma proporção da de um motoqueiro que sofre acidente de trânsito. A dúvida maior, antes do laudo, era saber como o menino teria sofrido a lesão, já que o brinquedo é todo feito em plástico com janelas de acrílico e adequado para crianças da idade dele.
*A direção do Playland diz, em nota oficial, lamentar o ocorrido e que não medirá esforços para o esclarecimento "deste incompreensível episódio". Segundo a nota, "o brinquedo conta com todos os laudos de segurança pertinentes a sua operação e, segundo o fabricante, nunca foi registrada similar ocorrência."
*A empresa afirma também que havia dois monitores cuidando das crianças. O brinquedo tem capacidade para 15 crianças, mas, segundo o Playland, havia apenas sete na ocasião.
*O delegado-titular do 14º DP (Pinheiros), José Pereira Lopes Neto, que investiga o caso, aguarda o resultado dos laudos periciais para tomar providências.
*- Não sabemos se ou onde o menino bateu a cabeça ou se houve algum outro problema - explica o policial.
*A mãe de Gabriel, a psicóloga Leila Maria Demandri Thomazetti, conta que o filho estava brincando com outras crianças, no terceiro andar do brinquedo, quando começou a chorar.
*- Eu pedi para um dos monitores pegá-lo e ele já chegou nos meus braços com a boca espumando.
*No colo dela, o menino desmaiou e foi levado ao ambulatório do shopping e, de lá, ao Hospital das Clínicas, chegando na unidade às 18h20m. O garoto foi submetido a uma tomografia, que detectou um hematoma intracraniano grande, com edema cerebral (inchaço do cérebro). Após passar por uma cirurgia delicada, Gabriel foi encaminhado à UTI, onde piorou na madrugada. Às 11h20m desta terça-feira ele morreu.
*- Tudo aconteceu muito rápido. A única coisa que reclamo é de que deveria haver mais monitores, pelo menos um em cada andar do brinquedo, para olhar as crianças - afirma Leila.
*Segundo ela, do local onde estava - em frente ao brinquedo - não dava para ver o que o filho fazia no alto.
*- Nem mesmo o monitor, que estava no segundo andar, soube me dizer o que aconteceu - lamenta.
*Segundo Leila, ela e o filho haviam passado o dia no Parque da Mônica, que fica no mesmo shopping.
*- Ele estava muito feliz. No labirinto, os monitores diziam que havia monstro lá no alto e o Gabriel falava que era mais forte que eles e iria pegá-los.
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*Fonte: Diário de S. Paulo