Amazonas - Crianças indígenas morrem de hepatite e malária

Amazonas - Crianças indígenas morrem de hepatite e malária

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Foto: Divulgação

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O coordenador do Conselho Indígena do Vale do Javari (Civaja), Jorge Marubo, informou, na última sexta-feira, 5, que três crianças das etnias marubo e mayorunas, portadoras de Hepatite B, morreram nos últimos dias de malária. *As crianças, duas de cinco anos e uma de três (todas do sexo masculino), moravam nas aldeias Trinta e Um, Maronau e Vida Nova, em Atalaia do Norte (a 1.139 km a oeste de Manaus). *portadores de hepatite não resitem à malária *Segundo Marubo, as mortes ocorreram em um momento considerado caótico, já que são muitas as comunidades indígenas afetadas por vários tipos de doenças, especialmente malária e hepatite. Ele disse que, na maioria das vezes, as portadoras de hepatite não resistem quando são vítimas de malária. *De acordo com Marubo, a maior preocupação é o fato de a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) não ter apresentado, até hoje, um planejamento para prestar serviços de saúde nas aldeias. *Segundo informações prestadas pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi), há um grande número de portadores de hepatite de vários tipos, o que resulta em um elevado número de indígenas acometidos de cirrose hepática. Nem Civaja nem Cimi souberam dar estimativa de casos de hepatite e malária na região, onde existem 3 mil indígenas. *CIMI acusa Funasa *“Estamos preocupados com esses casos de hepatite. Muita gente continua morrendo. A Funasa diz que não tem condições de ir nas aldeias, que o tratamento deve ser prolongado, mas não oferece estrutura para hospedar nem tratamento. Também não há trabalho de prevenção”, disse Jorge Marubo. *De acordo com o coordenador-geral da Funasa, Francisco Aires, uma comissão formada por duas enfermeiras de Brasília vai iniciar, junto com médicos de hospitais de Tabatinga, um tratamento que deve durar até cinco anos, junto a seis indígenas portadores de Hepatite B. Os pacientes serão transferidos das aldeias, com acompanhantes, e receberão, cada um, medicação injetável a cada 20 dias, a partir deste mês. *De acordo com o coordenador-geral da Funasa, os seis indígenas foram escolhidos a partir de avaliação feita pela equipe da fundação, que incluiu desde disposição dos indígenas de ficar na cidade para tratamento prolongado à sua condição de saúde. Foi dado prioridade para aqueles que têm mais chance de sucesso no tratamento. *Ele afirmou também que a instalação, ainda este mês, de uma geladeira solar vai possibilitar o armazenamento da vacina contra hepatite que serão usadas nas crianças indígenas portadoras da doença desde o nascimento. *Francisco Aires não soube informar dados sobre os casos de hepatite e malária nos últimos anos e meses entre os indígenas da região do Vale do Javari.
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