*As camisinhas distribuídas pelo Ministério da Saúde ganharão nova embalagem, com a marca da campanha de combate à aids e outras doenças sexualmente transmissíveis, adotada desde o carnaval do ano passado. Segundo a diretora do Programa Nacional de DST e Aids, Mariângela Simão, o principal motivo da mudança é facilitar a identificação de que o preservativo é um produto gratuito.
*"É para o usuário identificar claramente que aquele é um preservativo que está sendo distribuído gratuitamente e, portanto, não pode ser cobrado", explicou. "Em outros preservativos em que não havia uma identificação clara, a gente às vezes encontrava 'distribuição gratuita' muito pequena".
*As novas embalagens são roxas, com o slogan da campanha – Vista-se! – escrito em amarelo. "É uma embalagem bem moderna e que traz uma mensagem de prevenção bastante positiva", avalia Mariângela.
*A nova embalagem já está estampada nos 150 milhões de preservativos adquiridos pelo ministério. O primeiro lote a ser distribuído contém 24 milhões de unidades e está em fase de certificação de qualidade. Eles devem ser entregues nos estados e no Distrito Federal até o fim de maio.
*De acordo com Simão, o programa teve problema no ano passado com um dos fornecedores, que teve 60% da mercadoria reprovada no teste de qualidade. "Isso causou um problema de abastecimento no meio do ano passado que foi regularizado no final do ano", afirmou.
*Das 667 milhões de unidades encomendadas, cerca de 215 milhões não estavam dentro dos padrões. "Esse preservativo agora está sendo reposto pela empresa", esclareceu a diretora. Para este ano, a previsão é que o ministério compre e distribua 1 bilhão de preservativos, cerca de 33% a mais do que o total adquirido em 2005.
*Pesquisa do ministério feita no ano passado revelou que o uso da camisinha tem aumentado na população. Entre os jovens de 16 a 19 anos, por exemplo, 65,8% afirmaram ter usado preservativo na primeira relação sexual, contra 47,8%, em 1998.
*Outra pesquisa, feita em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz em 2004, revelou que 96% da população sexualmente ativa do Brasil apontam o preservativo como a forma mais segura de evitar a infecção pelo HIV através do sexo. O estudo também mostrou que 52% das pessoas receberam a camisinha gratuitamente. Desse total, 58% lembraram ter recebido a camisinha em postos de saúde.
*Mariângela Simão destacou que as pessoas podem procurar o preservativo nos postos de saúde ou se informar na secretaria de Saúde de sua cidade o local de distribuição mais próximo. O ministério entrega os preservativos para a rede conveniada ao Sistema Único de Saúde (SUS) e para organizações não governamentais