Novo modelo de piscicultura entusiasma produtores do centro de RO
Foto: Divulgação
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O modelo tradicional, ou seja, a utilização de uma única espécie: o tambaqui, com administração de 100% de ração extrusada, já não estava levando aos produtores da região o resultado esperado. Após várias discussões em oficinas e seminários; os criadores solicitaram ao governo do Estado que buscasse um novo caminho alternativo a fim de que os criadores estabelecidos não fossem excluídos da atividade tão promissora no Brasil.
Preocupado em atender a solicitação dos piscicultores da região o secretário de agricultura/Seapes, Luiz Cláudio Pereira Alves, já entusiasta da atividade, incentivou um projeto em parceria entre Seapes, Emater e Sebrae apresentando um novo modelo de desenvolvimento no município de Rolim de Moura onde beneficiou 65 criadores. Esse projeto foi denominado de Água Viva e foi criado com o objetivo de desenvolver uma piscicultura sustentável. A primeira iniciativa do secretário Luiz Cláudio foi chamar a Emater e organizar uma assistência técnica específica, voltada exclusivamente para a piscicultura e para seus resultados.
Foram então implantadas na região 10 unidades de observação, distribuídas em 10 municípios da região centro sul do estado: Espigão do Oeste, São Felipe, Primavera de Rondônia, Pimenta Bueno, Nova Brasilândia do Oeste, Novo Horizonte, Alto Alegre dos Parecis, Alta Floresta, Rolim de Moura e Santa Luzia do Oeste. Essas unidades recebem a assistência integral de três técnicos da Emater. Já, a partir de junho/2004, os resultados se mostraram positivos fortalecendo esse novo modelo. A produção de peixes que era de cinco toneladas/ha passou a ser dez toneladas/ha, ou seja, dobrou e o custo da produção de peixe que era de R$ 1,50 por quilo (somente o gasto com ração ou correspondente entre 50 a 60% do total dos custos) reduziu para R$ 0,40 a R$ 0,80, conforme a matéria prima utilizada para produção de alimento natural.
Segundo o técnico da Seapes responsável pela piscicultura, Carlindo Pinto Filho, o novo modelo consiste na adubação direta ou na integração com aves, suínos ou bovinos até a fase de recria, quando os peixes atingem de 300 a 500 gramas. A partir daí inicia-se a alimentação suplementar utilizando farelos vegetais disponíveis na região, tal como farelo de arroz, farelo de trigo, farelo de girassol e outros até atingir 800 gramas a 1 quilo e, somente na fase final, quando os peixes estão próximos ao abate é fornecida a ração extrusada. ?O mais interessante é que no modelo tradicional 70% utilizam água corrente, método esse que necessita de tratamento de efluentes, além de se ter custos pelo uso da água, etc e o novo modelo, com água é parada, não tem efluente?, diz o técnico revelando que o governo do estado através da Sedam já se manifestou favorável a esse modelo e que deve privilegia-lo com menos exigências e menores taxas.
A unidades de observação instaladas no município de Pimenta Bueno, na propriedade do Sr. Claudiomiro e Sra Marli Mira Lima e outra do Sr. Mauro Barbero Herrera, ambos do setor chacareiro, em Pimenta Bueno que, acompanhados pelos técnicos da Emater, Manoel Sávio e Luciano, já mostram resultados surpreendentes. Os tambaquis foram estocados com peso médio inicial de um grama e após um período de 60 dias alcançaram o peso de 80 gramas utilizando ração comercial e alimento natural e 50 gramas utilizando somente alimento natural. O custo foi de 90 centavos e 45 centavos por cada Kg produzido e a produção diária por hectare foi de 32 Kg de pescado. Esse resultado e outros da região serão demonstrados durante o I Agropeixe, evento a ser realizado nos dias 19, 20 e 21 de maio, em Pimenta Bueno, sobre a Piscicultura como Agronegócio Sustentável. O I Agropeixe será realizado pela Seapes em parceria com a Emater, Associação dos Aquicultores de Rondônia, Sebrae, com apoio da Prefeitura do Município de Pimenta Bueno e da empresa Purina.
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!