*A pendenga continua. Passado quase uma semana da prisão do auditor fiscal que garante que o comboio de gado de propriedade de um empresário, filho do secretário estadual de Finanças, estava sem a documentação sanitária e fiscal, o caso começa a tomar novos rumos.
*Na manhã desta quinta-feira, em entrevista ao programa a Bronca é Sua, da rádio Caiari, comandado pela competente radialista Alisângela Lima, o governador do estado afirmou com todas as letras que o trabalho jornalístico desenvolvido pelo Sistema Gurgacz de Comunicação é um “achaque” pelo fato de uma empresa do grupo estar sofrendo fiscalização da fazenda estadual, comandada pelo secretário/ pai do fazendeiro, proprietário da boiada que causou todo o imbróglio. Seria uma espécie de retaliação/ difamação ao secretário.
*A acusação contra o conceituado grupo de comunicação parece ser uma cortina de fumaça para desviar o foco do ponto principal do caso, que não é a prisão do auditor e muito menos o desaparecimento da nota fiscal de produtor. E ao que me parece, muito menos achaque.
*O cerne da questão está se o gado foi removido da fazenda Rancho Fundo no Amazonas para o estado de Rondônia dentro dos padrões internacionais exigidos para sermos considerados área livre de aftosa.
*Cadê o Idaron? O dono dos Bois? Alguém pode se pronunciar sobre a possível desobediência as normas de conduta de trânsito de animais?
*De acordo com o relatório encaminhado em outubro de 2002 pelo Brasil à Organização Mundial de Saúde Animal - OIE, solicitando a incorporação do Estado de Rondônia à zona livre de febre aftosa com vacinação, o trânsito de animais é regulamentado da seguinte forma:
*Para qualquer movimentação de animais o criador necessita obter uma autorização do serviço oficial, representada pelo documento sanitário denominado Guia de Trânsito Animal - GTA, expedida pela unidade local de atenção veterinária responsável pelo controle da propriedade de origem do animal. Essa guia de trânsito é emitida em pelo menos três vias, sendo uma arquivada na unidade local de origem, uma segunda encaminhada à unidade local de destino e a terceira acompanha os animais durante todo o seu trajeto.
*Qualquer inspeção dos animais, seja no momento do embarque, na rodovia ou no destino, considera pelo menos três aspectos:
*1 - verificação dos documentos;
*2 - concordância entre a informação dos documentos e os animais transportados (quantidade, espécie, raça, sexo, marca) e
*3 - observação clínica para avaliação da condição de saúde dos animais.
*Em relação ao trânsito de animais e produtos de risco para febre aftosa entre as diferentes zonas sanitárias existentes no país o serviço veterinário oficial emprega-se de metodologia de classificação de risco apresentada anteriormente. A política geral do PNEFA proíbe o ingresso em zona livre de febre aftosa, de animais suscetíveis à doença procedentes de outras unidades da federação.
*Em qualquer circunstância, mesmo que as avaliações indiquem um risco muito baixo, para ser autorizado o ingresso de animais susceptíveis na zona livre de febre aftosa, esses deverão ser submetidos à quarentena e avaliação sorológica na origem. Sendo os resultados negativos, então é permitido o ingresso dos animais, que deverão ser submetidos a nova quarentena e avaliação sorológica no destino. O ingresso dos animais, quando permitido, ocorre em caminhões lacrados, devidamente limpos e desinfetados, apenas através de postos fixos de fiscalização autorizados.
*Para a realização da avaliação sorológica exigida pela Organização Mundial de Saúde Animal só existem no Brasil, sete laboratórios oficialmente aptos atestar a sanidade animal. São três unidades laboratoriais federais localizadas nos Estados do Rio Grande do Sul, Pará e Pernambuco e quatro laboratórios pertencentes aos serviços oficiais dos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo.
*Agora o que falta é alguém do governo vir a público e mostrar a GTA – guia de transporte animal, acompanhada do exame sorológico, chancelado por um laboratório oficial, que comprove a sanidade do rebanho em relação á aftosa e outras moléstias animais. Pronto. Resolvida à questão.
*Agora, ficar acusando a imprensa de “achaque” é desconversar o assunto, é tentar mudar o rumo da prosa.
*É Fantástico o poder das pessoas para prolongar um assunto que pode ser resolvido rapidamente.
*É Fantástico como pensam que podem enganar a imprensa.
*É Fantástico o que a falta de um simples documento pode fazer na imagem de um estado.
*É Fantástico.....