O melhor resultado até agora entre atletas do país em Jogos Olímpicos e Paralímpicos havia sido em 2006, com Isabel Clark, do snowboard, nos Jogos de Turim, na Itália.
Foto: divulgação
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O rondoniense Cristian Ribera alcançou um resultado histórico para o Brasil na noite deste sábado, nos Jogos Paralímpicos de Inverno de PyeongChang. Em sua estreia, na disputa da prova de 15 km do esqui cross-country sitting, o atleta terminou o percurso na 6ª colocação, com 46min35s02, deixando para trás atletas de países tradicionais em esportes de neve.
O resultado é o melhor já conquistado pelo Brasil em Jogos de Inverno Olímpicos e Paralímpicos e, ainda, o melhor entre sul-americanos na história da competição paralímpica. A paranaense Aline Rocha também competiu e terminou em 15º na disputa dos 12 km entre as mulheres na mesma modalidade.
O ouro nos 15 km masculino do cross-country ficou com o ucraniano Maksym Yarovyi, com 41min37s0. Completaram o pódio o norte-americano Daniel Cnossen (42min20s7) e o sul-coreano Eui Hyun Sin (42min28s9). No total, 29 atletas participaram da disputa, que reuniu competidores com deficiência nos membros inferiores e que usam o sit-ski.
“É inexplicável a sensação. A prova foi muito boa, me senti bem, escolhemos a estratégia certa, mantendo o ritmo constante e atacando nos momentos corretos. Apesar de não ter sido top 5, fiquei entre os 10 primeiros, que era a minha meta principal. Agora vou ligar para minha mãe e agradecer cada centavo que ela gastou comigo”, disse um sorridente Cristian após a prova.
O brasileiro foi o 16º atleta a largar – na disputa de longa distância, as largadas ocorrem a cada 30s. Durante todas as cinco voltas de 3km que teve que percorrer, Cristian conseguiu manter um ritmo constante, figurando sempre entre os primeiros cinco colocados. Após os 10km, no entanto, acabou sofrendo uma queda em umas das curvas na descida que o fez perder duas posições.
“Estava muito rápido e não consegui cravar o bastão. Acabei escorregando e ficando de lado, meio deitado. Mas me levantei rápido e recuperei para chegar em 6º”, contou o atleta de apenas 15 anos, o mais jovem dos Jogos da Coreia. A performance de Cristian, esquiador de um país tropical e sem tradição na neve, até fez o locutor do Alpensia Biathlon Centre chamá-lo de “a sensação brasileira.” O melhor resultado até agora entre atletas do país em Jogos Olímpicos e Paralímpicos havia sido em 2006, com Isabel Clark, do snowboard, nos Jogos de Turim, na Itália.
O rondoniense da cidade de Cerejeiras, que ainda disputa outras três provas na Coreia, é fruto de uma parceira da CBDN (onfederação Brasileira de Desportos na Neve) com a Fundação Agitos, braço educacional do Comitê Paralímpico Internacional, com o objetivo de difundir e fomentar a prática do esporte no país.
Há três anos, em 2015, em uma das etapas do projeto, o atleta, na época com apenas 12, testou o sit ski. Em dezembro do ano passado, competiu oficialmente pela primeira vez e, em fevereiro, na etapa da Copa do Mundo de Vuokatti, na Finlândia, garantiu a vaga masculina que pertencia ao País nos Jogos. Cristian nasceu com artrogripose – doença congênita das articulações das extremidades.
80 eventos no total
Os Jogos da Coreia do Sul são o maior da história e reúnem 567 atletas de 48 países, mais os neutros – são três do Brasil. Além do esqui cross-country e do snowboard, estão no programa nesta edição o biatlo, o esqui alpino, o curling em cadeira de rodas e o hóquei. No total, serão disputadas medalhas em 80 eventos até o dia 18 de março.
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