Presidente da CBF defende reeleições infinitas para dirigentes

"Aquilo que é bom, reconhecidamente bom, deve continuar", declarou o cartola

Presidente da CBF defende reeleições infinitas para dirigentes

Foto: Divulgação

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Foto: Rafael Ribeiro/CBF
O presidente da CBF, José Maria Marin, 81, afirmou ontem ser favorável a infinitas reeleições de dirigentes de entidades esportivas.

"Aquilo que é bom, reconhecidamente bom, deve continuar", declarou.

"Entre uma tentativa e entre ficar com aquele que já provou ser bom, apoiado pela maioria dos seus filiados, eu prefiro a reeleição."

A resposta de Marin foi provocada por uma pergunta do ex-jogador Raí durante o Fórum Nacional do Esporte, realizado ontem, em São Paulo.

Raí é um dos líderes da ONG Atletas pelo Brasil, que tem como uma da bandeiras principais a profissionalização dos dirigentes e o fim de suas seguidas reeleições.

Mais: a declaração de Marin se deu na presença de empresários que apoiam a organização e suas propostas.

O projeto da ONG deveria ter sido votado na quarta, por Senado e Câmara, como emenda à medida provisória 615. A proposta prevê que, para receber recursos públicos, federações, confederações e clubes limitem os mandatos de cartolas a quatro anos, com apenas uma reeleição.

Obriga ainda que essas entidades tenham ex-atletas em suas diretorias e exige a criação de vários mecanismos de transparência, como publicação de balanços periódicos.

Marin afirmou que não "legisla em causa própria" quando defende a continuidade de dirigentes. "Eu fico até o fim do meu mandato e depois vou embora. Acabou", disse.

A eleição para presidente da CBF será entre abril e maio de 2014, apesar de o mandato de Marin acabar só em 2015. O pleito foi marcado para antes da Copa para que o resultado do torneio não interfira no processo eleitoral.

"Não sou candidato, mas vou apoiar alguém", disse o presidente, sem citar Marco Polo Del Nero, vice da CBF e provável candidato da situação. Del Nero comanda a federação paulista há dez anos.

Nesta semana, Marin esteve no Rio com Teixeira, seu antecessor e um dos maiores símbolos do continuísmo no comando no esporte do país.

O cartola mandou na CBF por 23 anos. Saiu em março de 2012, acossado por denúncias de corrupção no Brasil e no exterior. Vive na Flórida desde então, mas está no Brasil para tratar de problemas de saúde --faz hemodiálise.

"Estive [com Teixeira]. Coisa mais normal desejar o pronto restabelecimento dele, questão de saúde, perfeitamente normal", disse o atual presidente da CBF.

No debate de que participou ontem, Marin, que preside a confederação e o comitê organizador da Copa de 2014, foi enquadrado também pelo zagueiro Paulo André.

O jogador do Corinthians questionou a necessidade de grandes arenas em cidades com o Cuiabá e Manaus, onde o futebol leva pouco público aos estádios. Marin tergiversou, assim como na pergunta sobre o fomento da CBF às categorias de base.

 

 

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