Equipe feminina enfrenta ameaças de extremistas religiosos
Foto: Divulgação
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A seleção feminina da Líbia, que já enfrenta ameaças de extremistas religiosos, foi proibida pelas autoridades esportivas do país de participar de um importante torneio na próxima semana.
A federação de futebol nacional informou que o time não irá à Alemanha disputar o Discover Football porque o torneio vai ocorrer durante o Ramadã (mês sagrado para os muçulmanos).
"A federação disse que não podemos jogar na Alemanha devido à necessidade de fazer jejum", disse a meio-campista Hadhoum el-Alabed.
A Líbia enfrentaria Egito, Jordânia, Líbano, Palestina, Tunísia e Alemanha no campeonato, o maior encontro de atletas do Oriente Médio após a primavera árabe de 2011.
A jogadora el-Alabed, 37, disse que a proibição acabou com as esperanças de que a queda do ditador Muammar Gaddafi resultasse em transformações sociais.
"Outras equipes podem jogar em Berlim, então por que nós não podemos? Se você tivesse visto as meninas quando receberam a notícia. Todas estavam chorando."
"É Ramadã", justificou o secretário-geral da federação, Nasser Ahmed. "Não somos contra o fato de mulheres jogarem futebol."
Ameaças recebidas de radicais islâmicos já forçaram a seleção a treinar em segredo e sob proteção de guardas.
Em junho, a milícia Ansar al-Sharia divulgou comunicado dizendo que "condena severamente" o futebol feminino. "É algo que chama as mulheres a se exibirem e usarem trajes inapropriados."
O futebol feminino era permitido sob Gaddafi, mas em ginásios cobertos, para ficar longe da vista pública.
Desde a revolução no país, foi permitida a criação da seleção, contudo seu destaque a converteu em alvo de extremistas. "Eles [os radicais] nos dizem que não prestamos. Intimidam", disse a capitã da seleção, Fadwa el-Bahi, 25.
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!