Ferroviário – Triste fim do maior de um estado

Da Redação

05 de Abril de 2010 às 11:50

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Ferroviário – Triste fim do maior de um estado

Foto: Divulgação

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Todo canto do Brasil tem sua história, sua marca dentro do futebol. E da forma como ele se organizou no nosso país, de forma estadual, podemos identificar verdadeiros ícones em cada unidade brasileira, que assinam a cultura local. Os mais importantes, sem dúvida, são as instituições que fizeram história, os clubes de maior torcida, os maiores campeões. Mas em um estado, um único estado, seu clube mais tradicional, o maior de todos os tempos, fechou as portas para o futebol. Para encerrar o nosso especial dos Campeonatos Estaduais, conheça a história do Ferroviário de Porto Velho, o triste fim do maior de Rondônia.

O Ferroviário Atlético Clube foi fundado em 1943 por trabalhadores da ferrovia Madeira-Mamoré. Esteve presente já no primeiro estadual em 1945, e ganhou o primeiro título em 1946. De lá até 1989 foram 17 triunfos, sendo o maior campeão do estado, além de representá-lo em competições nacionais e regionais. Mas, com o advento do profissionalismo em 1990/91, todo o sucesso do Ferroviário foi por água abaixo, culminando com seu licenciamento do futebol. Quem nos ajuda a contar o que houve é o colunista esportivo Gilson de Oliveira, em e-mail de 2007 quando era correspondente de Rondônia ao site O Esporte Ao Vivo (desativado).

“O Ferroviário é o clube de maior tradição em Rondônia. O clube afastou-se do futebol profissional a partir de 1991 quando perdeu o titulo estadual, o primeiro da era profissional, para o Ji-Paraná. Jogando pelo empate, foi derrotado por 3 a 2. Muitas histórias surgiram, como árbitro vendido, jogador vendido, o certo é que o terceiro gol do Ji-Paraná foi feito em clamoroso impedimento. Pelo que se comenta, o presidente do Ferroviário, Albino Nascimento, ‘se desgostou’, como ele mesmo falou para a imprensa e pediu afastamento do clube do futebol profissional. Houve, nos anos seguintes, muitas cobranças pelo retorno. Até hoje o clube mantém sua sede social no centro de Porto Velho. É uma sede grande, bonita, bem conservada. Mas, como tudo na vida muda, o movimento de sócios caiu. Principalmente, depois da saída do futebol que era um mecanismo de ampla divulgação. Os presidentes seguintes também não quiseram retornar ao futebol profissional, considerado caro. O quadro social do Ferroviário hoje é bastante reduzido. O clube aluga a sede muitas vezes e vive com taxas de natação, promoção de almoços, uma festa aqui e acolá, e aluguéis de lojas que cercam toda a área, além de, por algum tempo, um bingo.”

Após o licenciamento do Ferroviário, Rondônia passou a ser dominada por times do interior, os famosos clubes de prefeitura, que vivem apenas enquanto tem o apoio de algum prefeito. Foram 19 campeonatos desde 91, com apenas um título de Porto Velho, com o CFA (hoje desativado). Os maiores campeões em atividade são o Moto Clube de Porto Velho, maior rival do Ferroviário, com 10 conquistas, e o Ji-Paraná com 8 (todas elas após a final de 91). Ambos estavam na segunda divisão do estadual de 2009 (o Moto subiu). Portanto, lançamos aqui a campanha pelo resgate de um patrimônio cultural. Bingo nunca mais! VOLTA FERRIM!

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