COLETIVA
Ano passado fui em uma entrevista coletiva convocada pela Energisa. A empresa queria rebater denúncias que ecoavam por todos os cantos, inclusive vindas
de políticos, de que a empresa teria vindo para Rondônia somente para faturar alto.
PRESTÍGIO
Quase toda a imprensa da capital se fez presente. Antes do início dos questionamentos teve um aviso. O Diretor Presidente tinha outro compromisso e não poderia ficar para responder perguntas, mas outros gestores estariam à disposição.
DÚVIDA
No dia fiquei pensando: solicitaram a presença de toda a imprensa para que subalternos, com poder limitado de esclarecimentos, respondessem as dúvidas. Claro que a presença de técnicos qualificados era importante, mas não era função deles esclarecerem as questões políticas, operacionais e contratuais previstas
no contrato de venda da antiga Ceron.
COMO FOI
O diretor presidente da Energisa, André Luís Theobald, fez um breve pronunciamento, sem tempo para ponderações, onde falou sobre investimentos, modernidade e atendimento de excelência. Passado mais de um ano da entrevista coletiva o atendimento de excelência parece ter ficado no papel.
TEMPORAL
A chuvarada de domingo mostrou várias deficiências técnicas no sistema de abastecimento de energia. Primeiro foram os “piques de energia” ou oscilação de
tensão quando da primeira queda de luz. Só aqui no Rondoniaovivo foram 4 oscilações e muita correria para desligar todos os aparelhos elétricos.
RISCO
A preocupação inicial era com possíveis danos que poderiam ser causados aos aparelhos elétricos. Existe Lei que obriga à empresa concessionária a fazer o reparo e a substituição ou ressarcimento do produto. Mas isso pode levar algum tempo e atrasar a vida de quem precisa dos equipamentos.
REVOLTA
Saindo da questão material vamos para o transtorno e demais prejuízos decorrentes da falta de excelência pregada. Não há paciência nem produtos perecíveis que resistam a um longo período sem energia. E foi isso que gerou uma enxurrada ( o trocadilho é proposital ) de reclamações da população.
MAIS TRANSTORNOS
Além das pessoas prejudicadas pela falta de luz, gente que não tinha nada a ver com o problema também pagou o pato. Ontem à noite, no bairro Esperança da Comunidade, a população bloqueou a principal rua do bairro com madeira e pneus queimados.
OUTRO PONTO
Na BR-364 também houve manifestação pela falta de energia. Um grupo de pessoas bloqueou a via com fogo.
LESTE
No bairro Teixeirão teve mais incêndio e bloqueio de rua em protesto pela escuridão total.
SUL
Na estrada da Viçosa uma árvore teria sido derrubada pelo temporal e arrebentado fios da rede elétrica deixando a região no escuro. Moradores ligaram para o Rondoniaovivo reclamando da falta de assistência da Energisa que não teria aparecido no local até às 23h de ontem, quando fechei essa edição.
PENAL
Moradores do Rancho Maritana, área de loteamento próximo à colônia penal de Porto Velho, também decidiram fechar a Estrada Penal na altura do quilometro 2, no início da tarde desta segunda-feira (21).
AINDA NA LESTE
Por volta de 23h15 moradores do bairro São Francisco enviaram fotos de uma equipe da Energisa na região tentando restabelecer a energia. O local ficou sem luz por mais de 30 horas.
OUTRO LADO
A Energisa informou em nota que desde domingo à tarde acionou um plano de contingência, com reforço de equipes, para atender os pontos mais emergentes prejudicados pelo temporal.
MAL CUIDADA
O temporal de domingo mostrou, de novo, o quanto Porto Velho realmente precisa ser cuidada. Quatro anos se passaram e a herança deixada por Mauro Nazif permanece a mesma de quando ele administrava a prefeitura.
EFEITO
Em qualquer temporal é normal um grande volume de água nas vias, o que é anormal é o alagamento além da conta porque não existe infraestrutura para suportar a enxurrada.
VELHARIA
Manilhas mal colocadas ou quebradas precisam ser trocadas porque além de não darem vazão servem até mesmo de entulho obstruindo o fluxo da água. A
estrutura que já é ruim se ficar fora do prumo deixa tudo pior.
SOLUÇÃO
Algumas manilhas tem mais de 30 anos e estão do mesmo jeito que foram colocadas. Se passaram três décadas pelo menos e no lugar de um trabalho racional de desenvolvimento, pensando no progresso da cidade, prevaleceu a velha gambiarra.
REMENDO
Quem anda por quase toda a cidade, como os jornalistas, por exemplo, sabe exatamente o quanto o povo sofre com a estratégia dos remendos. Na eleição passada todos os candidatos, incluindo o atual prefeito, prometeram solução.
SE COLOCAR NO LUGAR
Porto Velho é uma cidade tão importante quanto o estado de Rondônia. Quem é de fora tem que saber disso e só conseguiremos respeito demonstrando que nossa capital é sim uma das mais importantes do País.
FAZ SENTIDO
O candidato a prefeito Samuel Costa falou dia desses que houve ausência de participação popular e ingerência por parte da atual gestão ao realizar o orçamento participativo do Município. Concordo que a população precisa estar mais presente em demandas que dizem respeito a todos os cidadãos.
POLÍTICA
Samuel argumenta que é preciso uma inovação em projetos de contenção com adoção de técnicas e políticas institucionais que integrem as ações de
saneamento básico e infraestrutura, bem como ações de drenagem urbana. O discurso não é novo, mas a morosidade é ainda bem mais antiga.