CHAMADO HISTÓRICO: Trabalhadores da cultura publicam carta aberta ao governador Marcos Rocha

Estamos diante de uma chance concreta de colocar Rondônia no centro das políticas públicas nacionais voltadas ao audiovisual.

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Foto: assessoria

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Excelentíssimo Senhor Governador de Rondônia, Coronel  Marcos Rocha,
 
A Setorial do Audiovisual do Conselho Estadual de Política Cultural de Rondônia (CEPC-RO), por meio desta carta aberta, vem a público expressar um chamado histórico à sensibilidade, compromisso e visão de futuro de Vossa Excelência diante de uma oportunidade única para o setor audiovisual rondoniense — e, consequentemente, para a economia criativa e cultural do nosso estado.
 
Estamos diante de uma chance concreta de colocar Rondônia no centro das políticas públicas nacionais voltadas ao audiovisual. O Edital de Arranjos Regionais, lançado pelo Ministério da Cultura e pela ANCINE, propõe um modelo inovador de cofinanciamento, no qual o Governo Federal investe R$ 5 para cada R$ 1 aportado pelo estado. Isso significa que um compromisso orçamentário de R$ 10 milhões por parte do Governo de Rondônia pode se transformar em um investimento total de até R$ 60 milhões no setor audiovisual — um impulso sem precedentes.
 
Sabemos que sua gestão já marcou a história da cultura rondoniense ao garantir a execução dos recursos da Lei Paulo Gustavo, ainda que sob dificuldades. Isso foi um marco e um êxito da equipe liderada pelo atual Secretário de Cultura, Paulo Higo Ferreira de Almeida. Entretanto, também enfrentamos recentemente um duro revés com a perda de prazo para a execução da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), o que adiou a chegada dos recursos ao estado para o próximo ciclo.
 
Agora, temos diante de nós uma nova janela, e ela precisa ser aproveitada com ousadia. O audiovisual não é apenas arte e cultura — é também economia, emprego, visibilidade e projeção internacional. 
 
A indústria audiovisual movimenta cerca de R$ 25 bilhões por ano no Brasil e gera mais de 300 mil empregos diretos e indiretos, segundo dados do Observatório da ANCINE. A Região Norte, mesmo com subfinanciamento histórico, tem demonstrado vitalidade criativa. Estados como Pará e Amazonas já consolidaram polos de produção com linhas próprias de fomento. Rondônia não pode mais ficar para trás.
 
Nos últimos cinco anos, apenas com recursos federais emergenciais (como a Lei Aldir Blanc e a Lei Paulo Gustavo), mais de 50 obras audiovisuais foram realizadas em Rondônia, entre curtas-metragens, videoclipes, documentários e séries. A cada edital lançado, mais de 150 projetos são inscritos, o que demonstra o potencial reprimido do setor. 
 
Dentre essas conquistas, destaca-se o Kikito de Ouro no Festival de Gramado — o mais importante do país — conquistado pelo curta-metragem Ela Mora Logo Ali, realizado com recursos dos editais públicos de fomento à cultura. Além disso, movimentaram cadeias de hotelaria, alimentação, transporte, serviços técnicos, aluguel de equipamentos e contrataram centenas de trabalhadores entre artistas, produtores, técnicos e comunicadores.
 
Cidades como Porto Velho, Vilhena, Ariquemes e Ji-Paraná já estão colhendo os frutos dessa cadeia produtiva em expansão. E podemos muito mais.
 
Nosso estado possui uma juventude criativa, coletivos atuantes nas periferias e territórios indígenas, e uma geração de realizadores e realizadoras formados na prática, que mesmo diante da escassez de políticas permanentes, resistem e produzem obras que retratam nossa identidade amazônica com autenticidade, dignidade e inventividade.
 
Por isso, solicitamos publicamente:
 
1. Que o Governo do Estado assegure a contrapartida de R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais) na Lei Orçamentária Anual de 2026;
2. Que haja articulação com as secretarias de Planejamento, Turismo e Desenvolvimento Econômico para garantir e operacionalizar o aporte;
3. Que sejam institucionalizadas instâncias de cogestão entre governo e sociedade civil para garantir a transparência, eficiência e equidade na aplicação dos recursos.
 
Este é o momento. Com a sua liderança, Rondônia pode deixar de ser lembrada apenas pelos seus atrasos na aplicação de políticas culturais e passar a ser referência nacional em audiovisual. Podemos transformar nosso estado em um polo de produção de conteúdo amazônico, indígena, ribeirinho, plural e potente.
 
Governador, estamos prontos para trabalhar. Falta apenas esta decisão política que transformará essa possibilidade em legado que colocará o senhor na história como responsável pelos investimentos que transformaram o audiovisual do estado.
 
Com esperança e respeito,
 
Coletivo de Fazedores e Fazedoras do Audiovisual de Rondônia
Setorial do Audiovisual de Rondônia
Conselho Estadual de Política Cultural – CEPC/RO
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