Por meio de cenas e performances, a Mostra busca criar um espaço de expressão e conscientização sobre feminicídios e violência no Brasil
Foto: Divulgação
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A Mostra Gritos do Cotidiano – Rompendo Estruturas é um projeto que surge em resposta ao alarmante cenário de feminicídios e violência no Brasil, conforme evidenciado pelo 14º Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2020, o qual destaca um aumento preocupante desses índices. Diante dessa realidade, o projeto busca abordar e expor as diversas formas de violências enfrentadas pelas mulheres em seu cotidiano, muitas vezes relegadas ao silêncio e à invisibilidade social. Por meio de cenas e performances, a Mostra busca criar um espaço de expressão e conscientização sobre tais questões.
Nesta terceira edição, o projeto expande sua abordagem, concentrando-se nas vozese experiências das mulheres. Para tanto, uma pergunta fundamental nos orienta: oque elas precisam gritar? A indagação busca dar voz às vivências, necessidades edemandas específicas das mulheres da região Norte, com destaque para PortoVelho/ Rondônia, reconhecendo suas experiências e os desafios que enfrentam emseu cotidiano. Ao todo serão três dias de programação, com duas apresentações diárias, seguidas de roda de conversa.
Selma Pavanelli, coordenadora do evento, afirma que “programações culturais que discutem a condição da mulher na sociedade brasileira é fundamental e é o que teremos”. Já a idealizadora da Mostra, Stephanie Matos, diz está muito feliz, porque “é a primeira vez que o evento é realizado de modo presencial, já que as edições anteriores ocorreram durante a pandemia”.
O projeto foi contemplado no EDITAL Nº 3/2024/SEJUCEL - SIEC - LPG – DEMAIS LINGUAGENS – BOLSAS PARA PRODUÇÃO DE ARTES INTEGRADAS RONDONIENSE – Eixo I - Categoria A – Evento Cultural, por isso toda a programação será gratuita ao público e contará com interpretação em Libras.
Serviço
Quando: 14, 15 e 16 de março de 2025
Horário: 19 h
Quanto: GRATUITO
Local: Espaço Cultura Tapiri
Endereço: Rua Franklin Tavares, 1349, Bairro Pedrinhas – Porto Velho, RO
Programação
DIA 14/03/25
Ctidiano-Mulher narra o dia a dia de uma costureira e sua relação em um mundo marcado pela postura masculina-patriarcal. Nesse atravessamento e (des)encontros, aos poucos, desvelam-se as marcas e problemas enfrentados por esta mulher.
Cotidiano-Mulher - foto Karla Schmohl
SELMA PAVANELLI – Produtora cultural, atriz, palhaça, figurinista, integrante fundadora do Teatro Ruante desde 2004. Seu trabalho, com mais de três décadas de atuação, é inspirado no universo popular e tendo por objetivo democratizar a arte w promover uma comunicação direta com seu público. A atriz tem como locus fundamental em sua trajetória os espaços abertos e alternativos, além disso vem promovendo vivências artísticas por meio de oficinas e cursos de teatro, de técnicas circenses e da palhaçaria.
Ficha Técnica
Texto: Andressa Ferrarezzi
Interpretação/adaptação: Selma Pavanelli
Direção: Adailtom Alves
Duração: 10 min.
Faixa etária: 14 anos
CARCINOMA é o encontro da arte com a realidade. A experiência nua e crua que pulsa na veia em busca da cura do ser, do transcender! É sobreviver! A obra resultante de uma vivência vista com um outro olhar. É leveza consciente, vívida e envolvente. O limite entre o são e o insano. A atriz-personagem dialoga com a trajetória caminhada com o câncer de mama, e compartilha o que foi construído a partir das etapas vencidas, como num surto, prevalecendo a poética de uma dramaturgia que passeia entre o real e o imaginário.
Carcinoma - Foto: Elias Oliveira
CLAUDIA TOLEDO – Atriz, diretora, coreógrafa, figurinista, aderecista, dramaturga, e, atualmente, diretora da Cia. Visse e Versa (Rio Branco/AC) e membro fundadora deste coletivo, atuando também na produção de projetos de circulação, formação, difusão e de Festivais realizados pelo seu grupo e pela Federação de Teatro do Acre (FETAC), a qual é filiada desde 2008. Licenciada em Letras Inglês pela UFAC, com especialização em Educação Especial. Professora de Arte Educação, Dança e Teatro na rede pública e privada de ensino.
Ficha Técnica
Atuação, Dramaturgia e Figurino: Claudia Toledo
Direção Artística, Cenografia: Nonato Tavares
Assistência de Direção, Operação de Som, Iluminação: Lenine Alencar
Consultoria de Figurino e Design Gráfico: Ágatha Lima Rosa
Criação Sonora e Direção Musical: Diogo Soares
Efeitos Sonoros: Pedro Cruz (Rabeca), Mestre Matraca (Atabaque)
Mixagem e Masterização: Rislei Moreira
Fotografia: Elias Oliveira
Produção: Lenine Alencar
Duração: 40 minutos
Faixa Etária: 14 anos
RODA DE CONVERSA: Fórum Popular de Mulheres (FPM) – Criado 1992, motivado pela luta de mulheres ativistas dos movimentos popular e sindical e de organizações sociais que pautavam a defesa dos Direitos Humanos de Mulheres e Meninas, dos direitos sexuais e reprodutivos e pelo Fim da Violência contra mulher baseada em Gênero e do Feminicídio, no Município de Porto Velho-RO. O FPM também desenvolve projetos na área de artes, como o Canta Mulher.
DIA 15/03/25
DESNUDA é uma performance que busca uma contextualização sobre a sujeição da mulher e a naturalização das violências cotidianas. Partindo de algumas provocações, como a da pensadora G. Spivak em Pode o subalterno falar? e Bell Hooks em Erguer a voz, vem lembrar que ser mulher se mostra de forma interseccional e cada uma é atravessada por tipos de violências variadas. Além da denúncia, visa apontar uma possibilidade de confiar em si e no que sentimos, em conhecer nosso corpo, nossas dores, e em nosso processo de tentar se descontaminar do patriarcado.
ANDRÉA MELO é artista-pesquisadora do corpo na cena, com experiência em ensino, criação e estudos do movimento a partir da dança. Formada em Arte Visuais, pela Universidade Federal de Rondônia (UNIR), é amazonense de nascença e rondoniense de vivência. Investiga as possibilidades entre a dança, a performance e as artes visuais.
Andreia Melo - Foto: Frank Busatto
Ficha Técnica
Intérprete-criadora: Andréa Melo
Texto: Aline Monteiro
Música: Suçuarana (Pietá)
Fotografia: Frank Busatto
Duração: 20 minutos
Faixa Etária: 18 anos
RODA DE CONVERSA: O que grito?! – Uma oportunidade para o compartilhamento de falas e do aprendizado na escuta. Na relação com o/a outro/a, no acolhimento respeitoso e na escuta segura nos propomos a oferecer um espaço de elaboração
das feridas que gravam fundo em nossas vivências quotidianas.
Elisabete - foto @imagemdointerior
Mediação e condução: ELISABETE CHRISTOFOLETTI – Está na Amazônia há mais de 30 anos. Psicóloga, Analista Junguiana, profundamente comprometida com os Povos da Floresta. Faz parte do Coletivo Madeirista, um grupo de artistas
multimídias, moradores na Amazônia; do MIIS-RO (Museu Imaterial da Imagem e do Som de RO); do Imagem do Interior; do AGPAA (Associação Grupo de Psicologia Analítica na Amazônia).
Ficha Técnica
Duração: 90min
Faixa Etária: 18 anos
Imagem: @imagemdointerior
DIA 16/03/25
EVA é um solo poético que celebra o laço ancestral entre avó e neta, unindo palavra, canto e corpo. A obra mergulha na busca de pertencimento de uma artista, explorando sua ancestralidade e os afetos enraizados em sua história. KALINE LEIGUE é atriz e realizadora audiovisual afroamazônida, com foco na ancestralidade, no teatro, na dança e no cinema. Produziu seis curtas-metragens selecionados para festivais nacionais. Participa de projetos culturais e compartilha experiências sobre metodologias para atores.
Foto - divulgação
Ficha Técnica
Direção, dramaturgia e atuação: Kaline Leigue
Figurino e adereços: Valdelita Leigue
Sonoplastia: Junior Brum
Duração: 30 minutos
Faixa Etária: Livre
INCANTO é um pocket show em que serão apresentadas canções interpretadas pelo trio Izabela Lima, Rose Abensur e Mauro Araújo. As canções autorais selecionadaspara o palco pela cantora e compositora trazem mensagens de empoderamento feminino, encantamento das paixões e milagres cotidianos.
Incanto - foto Iury Melo
IZABELA LIMA é cantora, compositora e instrumentista. Busca incentivar a rede de mulheres artistas, seja como criadoras e/ou produtoras, por meio do Grupo de Mulheres que Escrevem Jardim das Evas, pela coordenação do Festival Sonora PVH de compositoras e pelo seu artivismo no Levante Feminista de Rondônia. Também atua com a produção de campanhas de ativismo por meio PPkast produções.
Ficha Técnica
Voz/percussão: Izabela Lima
Flauta transversal: Rose Abensur
Piano/teclado: Mauro Araújo
Duração: 30 minutos
Faixa Etária: Livre
RODA DE CONVERSA: Participações especiais do Levante Feminista de Rondônia (é uma frente suprapartidária formada por movimentos feministas, organizações e mulheres diversas que tem como objetivo sensibilizar, mobilizar e denunciar à sociedade o aumento dos casos de feminicidío, o descaso e a omissão do Estado, e ainda exigir medidas efetivas de proteção à vida das mulheres), Mulheres Atingidas por Barragens (Desde o início do MAB – Movimento dosAtingidos Por Barragens –, as mulheres tiveram um papel ativo e importante em sua construção e em todas as regiões do Brasil, seja nas tarefas de liderar as lutas, seja nas tarefas organizativas na comunidade que fortaleciam o movimento garantindo a organicidade das atividades. Cada região traz suas particularidades, o importante é evidenciar que as mulheres atingidas sempre estiveram em busca de seus direitos) e Rede Lilás (criada em 2010, com o objetivo de unir instituições, órgãos, agentes e pessoas que trabalham de forma integrada e cooperativa no enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher, visando sua proteção e atendimento).
Contatos:
Coordenação Geral: (69) 98164-3332 – Selma Pavanelli
Produção: (69) 98425-6408 – Stephanie Matos
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