O negro na guerra do Paraguai - Marquelino Santana

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Foto: Divulgação

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Vários estudos sobre a Guerra do Paraguai (1864 - 1870) parecem ainda viver atrelados a um tradicionalismo conservador da historiografia oficial do país e que sob uma cortina de silêncio surge nos livros didáticos das escolas públicas com uma estrutura curricular apática e desordenada, desprovida de uma realidade histórico – crítica que busque despertar no educando um potencial político e consciente que resulte em ações afirmativas conduzidas por eles próprios no sentido de mostrar ao povo um sentimento puro de verdade que infelizmente permanece alheio aos livros e debates a que o sistema educacional vigente se propõe a filosofar.

A farsa do Tratado da Tríplice aliança foi cuidadosamente elaborado para servir aos interesses do imperialismo Inglês que assinado em 1º de maio de 1865 estava pronto para tirar o capitalismo britânico do colapso e destruir o Paraguai, a maior potência da América do Sul, através de suas nações aliadas: Brasil, Uruguai e Argentina.

Segundo narra Júlio José Chiavenato – O Negro no Brasil – “A Guerra do Paraguai – entre outras coisas – vai servir para matar negro. Vai ser um processo brutal de arianização do império, diminuindo os 45% de negros na população total do Império em 1860 para 15% logo após a guerra. Enquanto a população branca cresceu 1,7 vez, a negra diminuiu 60%, a contar-se dos quinze anos próximos à guerra ( 1860/1875)”.

A República paraguaia que alcançara sua independência desde 1811 desfrutava de uma autonomia invejável e soberana, livre inclusive de qualquer tipo de dependência econômica, pois dívidas e empréstimos não faziam parte de sua história consagrada pelo desenvolvimento e pela “equilibrada divisão de trabalho e renda”.

Segundo Chiavenato “A Guerra do Paraguai foi o derramamento da barbaridade que impregnava o Império e a Confederação Argentina. Matou praticamente todo o povo paraguaio. Morreram 96,5% dos homens e dos sobreviventes apenas 1,08% tinham mais de 20 anos”.

O pós guerra para o Brasil foi desastroso, o país ficou preso às garras da Inglaterra que tinha bancado a destruição do Paraguai e consequentemente o extermínio da maioria negra que honrou como ninguém a formação do Exército Popular Brasileiro.

Como sempre o negro brasileiro não se rendeu em nenhum momento no sentido de defender sua pátria Afro brasileira e derramar seu sangue numa guerra promovida pelo capital internacional. Sustentou a guerra, defendeu a bandeira imperial, lutou de forma honrosa e venceu lutando como escravo alforriado ou não.

Para vencer a Guerra do Paraguai o Governo Imperial investe maciçamente na compra de negros, enquanto um nobre imperial enviava até 15 escravos em substituição ao filho que se negava defender seu berço patriótico, protegido pelo pai, ele se livrava de balas, espadas e de torturas cruéis e desumanas.

Quase cem mil negros foram exterminados na Guerra do Paraguai e mesmo com o desprezo do Governo Imperial, o Exército Brasileiro foi triunfante em suas batalhas, visto que a Monarquia continuava a manter laços políticos de amizade apenas com a Guarda Nacional e com a classe dominante.

Diante da grandeza dos negros e da força soberana do Exército Brasileiro, assim se expressa Chiavenato: “Porque este Exército, formado dos deserdados do país até a Guerra do Paraguai, é por causa disso mesmo, muito mais aberto e democrático que as demais instituições brasileiras.

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