BALADA DO MENINO NEGRO - Cristo veio a minha porta - Por Francisco Andreoli

BALADA DO MENINO NEGRO - Cristo veio a minha porta - Por Francisco Andreoli

BALADA DO MENINO NEGRO - Cristo veio a minha porta - Por Francisco Andreoli

Foto: Divulgação

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Uma homenagem ao meu pai, Francisco Andreoli, que hoje já não se encontra mais entre nós. Dentista, poeta, amigo, pai, avô....Autor desta poesia que ilustra o Natal “farto e ostentado” e sem Deus no coração de algumas pessoas.
 Inspirado no seu profundo dever de responsabilidade e justiça social, continuo trilhando o meu caminho. Sem esmoreçer com as adversidades propostas pelos corruptos de plantão, sem temer a ira dos ladrões do tesouro público, faço as denúncias necessárias para tentar melhorar nossa cidade, nosso estado.
Acredito que jornalismo é uma função para ser exercida com responsabilidade e destemor. Não existe meio-termo. Fico triste em ver que na capital, o poder da grana silencia os veículos de comunicação que deveriam ser a voz da comunidade.
Com saudades do meu eterno papai noel ( Chicão Andreoli), desejo um Feliz Natal a todos, com uma noite de muita paz, alegria e esperança num mundo melhor.
Agradeço a confiança depositada no meu trabalho em 2011. Então fica assim, que venha 2012. Por Paulo Andreoli e família.

 

 

BALADA DO MENINO NEGRO - Por Francisco Andreoli - 1941/2004

Cristo veio a minha porta
Era noite de natal
Cristo mesmo
Veio sim
E não quisemos
E nem pudemos recebê-lo
 
Mas como?
Como saberíamos
Que o menino negro
De carapinha suja
De andrajos vestido
De pés corroídos
E tão machucados...
 
Com olhos de corça
Ferido, magoado.
Menino jogado
Menino de rua....
 
Mamãe tem gente batendo lá fora
Meu filho, mas logo agora?
Papai eis que batem.....
Agora meu filho, agora não dá
Agora a champagne vai estourar
 
Que queres menino tão preto
Tão feio?
Tens fome, tens sede, tens frio?
Meus pais, o menino pediu agasalho e comida
E água também.
 
Meu filho é natal!
Já é hora de cortar o assado
Esse moleque safado só vai atrapalhar.
Feche a porta, vamos cantar.
 
E ele, só ele
Na noite de chuva e tempo sombrio.
Passou fome e frio
Na porta do meu lar.
Cristo veio a minha porta
Era noite de natal
Direito ao esquecimento

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