Momento Lítero Cultural Nº 52 - Por: Selmo Vasconcellos

Momento Lítero Cultural Nº 52 - Por: Selmo Vasconcellos

Momento Lítero Cultural Nº 52 - Por: Selmo Vasconcellos

Foto: Divulgação

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*SELMO VASCONCELLOS - Porto Velho, RO. Poeta, cronista, contista, antologista, divulgador cultural e editor da página literária impressa semanal “LÍTERO CULTURAL”, desde 15.agosto.1991, em parceria com o saudoso amigo/irmão/escritor José Ailton Ferreira “Bahia”, falecido em 21 de setembro de 2005, no jornal Alto Madeira.Com cerca de 1450 colaboradores no Brasil e mais em 35 países. Obras publicadas (poesia e prosa): REVER VERSO INVERSO (1991), NICTÊMERO (1993), POMO DE DISCÓRDIA (1994), RESQUÍCIOS PONDERADOS (1996) e LEONARDO, MEU NETO (antologia,2004). Livretos independentes (poesia): MORDE & ASSOPRA e suas causas internas e externas (1999), DESABAFOS em memória de ROY ORBISON (2003), Revista Antológica “Membros da Galeria dos Amigos do Lítero Cultural” (2004) e poesias traduzidas para o francês, inglês, alemão, italiano, japonês, russo, grego chinês, polonês e espanhol. www.selmovasconcellos.zip.net. *- *DELASNIEVE DASPET *CANÇÃO PARA NINAR A PAZ! *- *Não sonhar é estar morto. *Não alimentar paixões é encontrar-se perdido *Pelos caminhos.... São as paixões que nos aliviam as tensões *Que definem nossos interesses. *Cada pessoa tem a sua, e são elas que traçam os rumos *De nosso caminhar. *- *Ninguém tem o direito de julgar *Sobre as paixões que nos consomem... *Apaixonamo-nos por valores, por pessoas, *Cada um segue seu caminho *Conforme sua capacidade e vontade! *- *A paixão - este estado incoerente! *Melhor seria se paixão e razão andassem juntas, *Com prudência e paciência... *- *Paixões fáceis e tentadoras *Tão difícil largá-las... *Tão difícil abraçar - firme e decididamente - *Quem ilumina nossa vida, alimenta nosso ser, *Acaricia nossos pensamentos, perfuma com flores nosso andar... *- *Paixões que causam conflitos, *Dores, guerras, fome, miséria, violência, *Paixões que nos cegam e nos transmuta *Em vilões da Humanidade, *Que desestruturam a família, *Que queimam florestas, que poluem os rios, *Que agride a Terra, que matam tantas crianças, *Que torna tantos, indigentes e deixa o Urso Polar sem lar! *- *Paixões!.... *E se nos apaixonássemos por nós, irmãos desta senda?! *Se nos amassemos mais, teríamos um Mundo mais sensível, *Celebraríamos a Páscoa definitiva! *E passaríamos da violência para a Paz, *Da guerra para o amor, do ódio ao perdão, *Da desigualdade para a comunhão.... *- *E não haveria lágrimas, e não haveria dor, *E não haveria violência... *Nem João Hélio morreria, muito menos as Marias... *Nem as flores murchariam, *Nos pratos teríamos comida, *Nos postos os médicos atenderiam, *Na favela existiria o direito de sonhar, *A divisão seria eqüitativa, *Os políticos... estes não seriam necessários... *- *Corresponderíamos ao grande amor que herdamos, *Sem egoísmo os elos seriam reatados, e, *Resgataríamos a aliança de amor e salvação... *- *É um sonho que sonho, é um sonho que vivo, *É uma semente que planto todos os dia da vida *É um canto que sangra numa canção para ninar a Paz ! *###### *TERESA CRISTINA ZOLA NABAS *Ato Final *- *Muitas foram as cenas que vivemos *No palco do Grande Teatro Universal *Mas, na sua presença ...nos esquecemos *De melhorar o cenário...fizemos mal! *- *E nos perdemos ..esquecemos a "deixa" *Entrando em hora errada até o final. *Confundindo tudo, surdos à queixa *Que você fazia de maneira informal *- *Agora as cortinas encerraram o ato *Onde você fez sua representação final, *Nosso arrependimento consiste no fato *De não termos correspondido de forma original. *- *Somos todos prisioneiros de nossas culpas. *Somos todos vítimas de um momento perdido *E na angústia da saudade, desculpas *É o que esperamos...é o que lhe pedimos. *- *No cenário vazio...no palco de sua vida *Onde agora a sua imagem se reflete *Apenas em etérea luz divina, *Perdão...é o único som que se repete!!! *##### *ISABEL DIAS *TRISTEZA *- *Tem dias que a tristeza *vem dissimulada... *Pega carona na brisa suave, *Chega de mansinho... *Se encontrar uma fresta, *transforma-se... *Vira furação, *Arrebenta fechaduras *Escancara todas as portas... *A alma se vê nua *Com vontade de chorar, *Desamparada, *Solitária a soluçar... *A calma chega. *Os soluços diminuem, *Olhos inchados, *Cansados. *O sono corre pra ajudar, *Mas sinto frio, *Quisera um cobertor *Pra aquecer minh’alma; *Vou procurar no sonho. *Amanhã será outro dia, *Prometo não chorar... *- *Publicado no Recanto das Letras em 14/05/2007 *###### *MARISA ZANIRATO *Bruxa chinesa *- *O mandarim determinou *que se colocassem lanternas vermelhas *na porta das concubinas *Triste sina. *Quanto a mim, dane-se o mandarim! *Coloquei um holofote rosa-choque *no jardim *e uma vela acesa dentro de uma abóbora *na janela *como se fosse halloween. *O mandarim não manda em mim. *###### *DULCE PEIXOTO *O feitiço da Lua... *- *Quando cai o véu da noite sobre o dia, e *Tu apareces no céu majestosa *Teu luar é feitiço prateado *Que desenha num só corpo *Os enamorados... *- *A brisa traz o perfume da sedução *Inebriando os sentidos *Na fogueira da paixão... *##### *SÔNIA PRAZERES *Seca *- *Espelho fendido *Rostos rachados *Olhar descuidado. *Terra trincada da seca *Semblante ressecado *Sem terra, sem viço *Versão pra miséria *Descaso que vem de outro lado. *Telefone do toque sem som *Só treme, ninguém atento ou atende; *E a terra se racha em busca de água *Mas lágrima é salgada... *###### *RODRIGO OCTÁVIO PEREIRA DE ANDRADE *Um poema...minha vida...minha poesia! *"Chora Chorinho" *- *Chora chorinho, *Pois eu vou cantar... *Vou cantar... *Uma modinha *Pra você chorar! *- *Chora o violão *No chão... *Chora Noel e Pixinguinha *No céu... *Chora Chorinho, *Pois eu vou cantar... *Vou cantar... *Uma nova modinha *Pra você chorar! *- *Chora pro mar... *Chora para o luar... *Chora pra se lembrar *Como era bom *Namorar... *- *Chora Chorinho, *Pois eu vou cantar... *Vou cantar... *Uma nova modinha *Pra você, menina *Chorar... *- *Chora! Chora! *Noel Rosa... *- *Chora! Chora! *Pixinguinha, também *Nas modinhas de chorar. *- *O poema "Chora Chorinho" integra-se ao livro de poesias do Colégio Municipal Rui Barbosa de Cabo Frio-RJ, livro de nome "Se eu pudesse" lançado em 24/10/97. O poema foi musicado pelo compositor e instrumentista Ângelo Budega e cantado por Luciana Carvalho no dia do lançamento do livro. No programa Espaço Arte-Educação da Cabo Frio TV exibido em 11/06/03 *###### *NÃNA ESMAEL *UM TRATAMENTO *- *O amor inspira,e faz *suspirar um coração apaixonado *Um coração sem amor *Um coração sem paixão *Adoece o corpo *Enfraquece a mente,que *já é doente *O amor pode não curar *Mas pode tratar *Viver é muito bom *Sozinha!... *Eu não sei *Não sei se é bom viver sozinha *Pois não sei viver sozinha *Quero amar *Também quero ser amada *Quero me tratar *Quero amar *Quero voltar a sonhar. *- *Poema do livro Nascida para sonhar e outros poemas *####### *ONA AGAIA *- *O medo não dá flores *apenas braças de espinhos *onde a pele se arranha *e a alma se apanha *num espelho de horrores!!! *###### *NILTON BUSTAMANTE *LANTERNA CHINESA *- *Meu amor, você precisa entender *Foi provocação dizer que eu ia lhe deixar *Por outro alguém que me apaixonei *Por alguém que seu analista não vê *- *A lanterna chinesa enfeitando a noite *E eu busco o beijo suave feito seda *Por outro alguém que me apaixonei *Por alguém que seu analista não vê *- *Você não precisa mais do espelho *Sua nudez através de minhas mãos *Parece até insensatez *Seus truques e disfarces foram presas fáceis demais *- *As fronteiras separam e o mundo é um só *Só encontrei a paz *Quando a ambição se entendeu com meus limites *Ficar sem falar é perigoso esquecer a própria voz *- *Lixo não se joga nas ruas *Melhor deixar as praças para o encontro das flores *Me apaixonei por outro alguém que está dentro de você *Por alguém que seu analista não vê... Que seu analista não vê... *##### *ROCHA FILHO *DESABAFO *- *Enquanto houver *Um resto de mata *Aqui neste país, *Sempre haverá *Um curupira *Para protegê-la, *Os animais, *Os vegetais *E tudo o mais que há, *São frutos *De mãe natureza, *A quem se quer matar. *- *O caçador *E o lenhador *Chegam para destruir. *Com ordem *Vinda de Brasília, *O homem assinou, *O curupira *Chora e briga *O que pode fazer, *Contra estes caras *Que com fogo matam *O que restou, *Aqui! *##### *http://www.jornalorebate.com.br/site/index.php *(Zani/Arte, a arte da família Zanirato) *sente-se honrada em divulgar a consagrada poesia da família Braga Horta. *- *MARIA BRAGA HORTA ( 1913 – 1980 ) *INFÂNCIA *- *II *- *Desço correndo *o morro-do-meio: *o sol me ofusca e o sangue do nariz salpica *o meu vestido branco. *Só consigo parar ao pé da ponte. *Lá vem seu Totonho-benzedor rodeado de gente *e seu Totonho e a gente que o rodeia *me rodeia. *Um lenço branco se tinge de vermelho *sob meu nariz. *Seu Totonho benze e diz: *"Mais vale o poder de Deus *do que o poder deste mal." *Uma prima me leva e empresta outro vestido. *Saio de azul da casa *e entro na venda de seu Roldão: *— Mamãe mandou buscar uma réstia de cebolas. *- *Havia poesia no sol, no morro, na ponte, *naquele deslumbramento de liberdade *na descida do morro, *no sentimento de importância de ver o povo *aglomerado em volta da menina *que veio voando com asas brancas *salpicadas de sangue. *- *De volta, passo a passo, subo o morro. *Ninguém mais nas janelas ou na rua. *Trago a réstia de cebolas como uma coroa de louros *conquistada no escuro. *- *in: Jornal da Poesia *- *ANDERSON DE ARAÚJO HORTA ( 1906 – 1985 ) *- *O ALFABETO dos deuses *escreve-se em débeis asas *entretanto guardadas *em alado sarcófago *- *Mais do que simples élitros *voando impossível *escatológico besouro *cavalga os séculos *- *Não tanto hiena ou corvo *mas de pretensioso inseto *guarda nas mandíbulas *sinais de um deus necrófago *- *Das nascentes ao delta *nos dois lados do Nilo *tece uma história completa *com lótus linho e trigo *- *E nas nuvens de sono *das metamorfoses *transpõe e combate *as fronteiras do estático *- *(in: Invenção do Espanto. Rio de Janeiro: Ed. Galo Branco, 2004.) *- *ANDERSON BRAGA HORTA *CANTO GENESÍACO *- *Estendido na grama orvalhada e cheirosa *com que me aconchegava ao útero amoroso *a amorosa Mãe Terra, *sob um profundo céu vertiginoso, *pululante de estrelas, *ouvindo ao lado a música do rio *a acompanhar a canção envolvente das rãs e dos grilos, *vaga-lumes em torno a fingir de estrelas viageiras, *eu ouvia, *em minha noite interior, igualmente bela e profunda, *outra canção de abismo: *um rio encachoeirado *de palavras ligeiras, misteriosas, *peixes *mais rápidos que o lerdo entendimento, *em que adivinhava o relato de minha vida *que um deus dentro de mim compunha em longos [versos bíblicos. *- *(in: 50 Poemas Escolhidos pelo Autor. Rio de Janeiro: Ed. Galo Branco, 2003.) *#######
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