* Sete de setembro de 1822. Um grito narrado por um historiador nacionalista transforma Dom Pedro I no grande herói brasileiro.
*Mais tarde a figura ilustre deixaria o Brasil para se tornar rei em Portugal. Herói de dois mundos ou um grande blefe intercontinental?
* Historiadores se dividem quanto ao julgamento daquele que foi o catalisador da ansiedade brasileira, a libertação política do mundo português.
* Mas tal figura não conseguiu algo mais importante, que seria a libertação do jugo bancário inglês, bem representado pela família Rotschild.
*As amarras perduraram e muitos amaldiçoam o pobre Pedro I, que da terra levou a lembrança das carnes das mulheres brasileiras, do tempero e do clima quente das terras fluminenses.
*Pedro, como todos os portugueses, deixou também a amarração da administração ibérica, centralizadora, cheia de subterfúgios e incompetente.
*As amarras administrativas foram aperfeiçoadas, e quando surgiram oportunidades de melhorar alguma coisa, como os planos de desburocratização, outro fantasma trazido por arcaicas administrações portuguesas surgiu novamente com força: a corrupção.
* Endêmica, já fazia parte da administração colonial. Criticada duramente pelo bispo Sardinha, a corrupção ficou e atrapalhou a administração de Pedro e seus sucessores.
*A república assimilou o que havia de pior no tempo do império e a independência continuou dependente da corrupção.
* Pouco adiantou a entrada no poder do grupo de militares positivistas querendo impor ao Brasil o lema de ordem e progresso se eles mesmos jamais conseguiram ordem de verdade.
* A ordem ficou resumida aos sermões de padres envolvidos com o poder e sempre contida na ponta do sabre dos militares, seja das forças regulares ou das forças de apoio, para garantir o estado de direita.
* Pedro não conseguiu ver sua nação americana absorver os costumes da maçonaria, que mais tarde também se modificou e pouco fez para a felicidade pátria.
* Secretas instituições não resolveram o problema do grito. Nem houve independência, mas algumas mortes continuam a acontecer. Todas ligadas ao problema de corrupção e falta de equidade social.
* A independência de Portugal demorou um pouco para ser reconhecida, mas o problema é que houve assimilação de um costume muito ruim, o de manter terras para manter status.
* Em nome do status a falta de equilíbrio no campo, o massacre de camponeses, a grilagem, a corrupção mancomunada em cartórios e juizes, sob os olhares mansos da lei mal estabelecida.
* A independência do camponês foi migrar para a margem das cidades, grandes ou médias, em busca de algo que lhes foi tomado no campo.
*A morte de milhares de pequenas propriedades trouxe a pendência da capacidade das cidades em gerar empregos no campo de serviços para atender os milhares de expulsos das terras.
* Pedro nunca teria antevisto isso. Impossível. Num Brasil que não percebeu a revolução industrial incipiente não poderia ser percebido.
* Pedro se foi, o grito se foi. Ficou uma pergunta no ar.
* Se não houve independência, como poderia deixar de haver morte?