O avanço da cracolândia na região central de Porto Velho tem mobilizado ações conjuntas do Governo do Estado, forças de segurança e entidades da sociedade civil. Entre as primeiras medidas adotadas está o fechamento de portas, janelas e acessos de prédios públicos abandonados, que vinham sendo utilizados como abrigo por usuários de drogas e pontos de atividades ilícitas.
A iniciativa do governo estadual busca impedir a ocupação irregular desses imóveis e reduzir a concentração de dependentes químicos em áreas sensíveis do Centro, especialmente próximas ao comércio e a espaços de valor histórico.
Paralelamente, a Polícia Militar e a Polícia Civil iniciaram investigações sobre a compra e venda irregular de sucatas metálicas na região central. A suspeita é de que o comércio clandestino de metais esteja incentivando furtos e depredações de prédios públicos e privados, alimentando a criminalidade associada à cracolândia.
Comerciantes também são alvos dos criminosos que arrombam e furtam tudo que é de metal. Os prejuízos são enormes com as ações criminosas frequentes.
Alerta sobre área histórica
O presidente da Associação dos Ferroviários da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (Assfemm), George Telles, fez um alerta formal ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e à Prefeitura de Porto Velho sobre a situação crítica no entorno do complexo ferroviário, área protegida por legislação federal. A Assfemm e o Sindicato dos Soldados da borracha também já foram alvos de arrombamentos e furtos.
Segundo Telles, imóveis históricos abandonados estão sendo ocupados por usuários de drogas, o que agrava a degradação do patrimônio e coloca em risco comerciantes e moradores. “Solicitamos providências imediatas diante das irregularidades e do abandono desses prédios, especialmente na área do Mercado Central, onde comerciantes têm sido ameaçados”, afirmou.
Pressão por medidas do município
Entidades locais defendem que a Prefeitura de Porto Velho assuma um papel mais efetivo no enfrentamento do problema. Para a associação, imóveis abandonados que não possuem viabilidade de recuperação deveriam passar por demolição, como forma de eliminar focos permanentes de ocupação irregular e uso de drogas.
“O local está servindo de moradia para viciados. A prefeitura precisa tomar atitude e agir de forma concreta”, reforçou George Telles.
Patrulhamento reforçado
A Associação dos Ferroviários informou que está em tratativas com a Polícia Militar para intensificar o patrulhamento ostensivo na região central, especialmente no entorno do complexo ferroviário e do Mercado Central. A medida busca aumentar a sensação de segurança e coibir práticas criminosas. O pedido estende também para o período noturno quando acontecem os arrombamentos de comércios e instituições.
Enquanto o Estado e as forças de segurança avançam com ações emergenciais, lideranças locais destacam que o enfrentamento definitivo do problema depende de uma atuação integrada, com a prefeitura cumprindo seu papel na gestão urbana, preservação do patrimônio e políticas sociais.
“O Estado e a polícia estão fazendo a parte deles. Agora, cabe ao município agir para que o Centro de Porto Velho não continue refém do abandono e da criminalidade. Sentimos um ostracismo por parte da Secretaria Municipal de Assistência Social que é a instituição pública que diretamente pode agir para amparar e recuperar a população de rua”, conclui o presidente da associação.