No Renault Duster 2017, eficiência cobra um alto preço
Foto: Divulgação
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O Duster conquistou seu espaço em um tempo em que o segmento dos utilitários-esportivos ainda era incipiente – seu único rival era o Ford EcoSport. Se o espaço interno e a robustez logo agradaram, o consumo elevado era a pedra no sapato do Renault. Na linha 2017, a marca francesa atacou esse problema de frente, com mudanças que melhoraram a eficiência do jipe em até 11,5%, segundo dados do Inmetro.
As versões com motor 2.0 ganharam direção eletroidráulica, que não rouba potência do propulsor, e pneus mais leves e com menor resistência ao rolamento. Além disso há um sistema no qual o alternador utiliza parte da energia gerada nas desacelerações para ajudar a recarregar a bateria.
Como resultado, na versão com câmbio manual o consumo passou de 6,4 para 7,3 km com um litro de etanol e de 9 para 10,6 km/l com gasolina. Já em rodovias, as marcas subiram de 7,4 para 7,9 km/l e de 10,8 para 11,4 km/l, respectivamente.
Há outras soluções para gastar menos combustível. É o caso da função EcoMode, acionada por meio de um botão no console central, que limita o torque e a potência do motor e do ar-condicionado e, de acordo com a Renault, gera redução de consumo de até 10%.
Ainda que comprometa parte do ímpeto do 2.0, o sistema é adequado para o trânsito urbano. Além disso, essa solução é desativada automaticamente (por tempo limitado) quando o motorista pisa fundo no acelerador para fazer uma ultrapassagem, por exemplo.
Já a luz espia que avisa sobre o melhor momento para trocar de marcha é irritante. Para segui-la à risca, só mantendo a velocidade de 45 km/h em sexta marcha e nunca deixando a rotação do motor chegar a 2 mil rpm, aproveitando pouco o torque.
Mercado. Um dos principais trunfos do Duster sempre foi a relação custo-benefício. Mas, tabelada a R$ 83.080, a versão Dynamique 2.0 já não tem esse apelo racional e passa a invadir o terreno de rivais bem mais modernos, como o Renegade Sport, que parte de R$ 78.390, e o HR-V LX, a R$ 79.900.
É verdade que esses modelos têm potência menor (130 cv no Jeep e 140 cv no Honda, sendo que o primeiro carece de fôlego). Mas, se o desempenho for determinante, por R$ 2.710 a mais que o preço sugerido para o Duster 2.0, dá para levar um Peugeot 2008 Griffe THP – opção mais potente do segmento, com motor 1.6 turbo de 173 cv.
O Duster Dynamique 1.6, com 110 cv, é mais competitivo. Por R$ 73.260, sai mais em conta que o velho rival Ford EcoSport Freestyle, de 115 cv, tabelado a R$ 77 mil. Mas também perde para o 2008. Com 122 cv e acabamento muito superior, a versão Allure do Peugeot parte de R$ 71.390.
FICHA TÉCNICA
Preço sugerido - R$ 83.030
Motor - 2.0, 4 cilindros, 16V, flexível
Potência - 148 cv a 5.750 rpm*
Torque - 2,9 mkgf a 4.000 rpm*
Câmbio - Manual, seis marchas
Porta-malas - 475 litros
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!