Com o acionamento da bandeira vermelha devido à crise hídrica e aumento dos preços dos combustíveis, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo, IPCA, medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, chegou ao maior patamar para o mês de maio em 25 anos.
A inflação maior que o esperado pressiona o Banco Central a uma semana da nova reunião do Comitê de Política Monetária, Copom, para definir a taxa básica de juros, conhecida como taxa Selic, para os próximos 45 dias.
Inflação amplia distância do teto de meta do Banco Central
Em maio, o IPCA acelerou para 0,83%, acima do consenso do TC, que apontava para alta de 0,71%. O acumulado de 12 meses atingiu 8,06%. Com isso, a inflação permanece acima do teto da meta estabelecido pelo Banco Central, em 5,25%.
O TC Matrix calcula que a difusão do IPCA diminuiu em maio, passando de 65,52% em abril para 64,46%, o que significa que as altas dos preços foram mais concentradas em determinados setores. No caso de maio, elas vieram justamente da energia elétrica, que subiu 5,37%, e dos preços dos combustíveis, com avanço de 2,87%.
Considerado o índice da inflação oficial do Banco Central, o IPCA acompanha os preços dos principais produtos e serviços consumidos pelas famílias com renda entre um e 40 salários-mínimos.
Presidente do Banco Central admite que eventos deste ano podem “respingar” em 2022
As expectativas inflacionários para os próximos meses permanecem as mesmas, com possibilidade de crise hídrica e extensão da bandeira vermelha para as contas de luz. Ontem, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reiterou que o choque inflacionário é temporário. Porém, ele admitiu que alguns eventos de 2021 podem “respingar na inflação do ano que vem”.
No mais recente Relatório Focus, de segunda-feira, 7, a previsão de analistas do mercado para a inflação de 2021 subiu de 5,31% para 5,44%, a nona alta seguida das expectativas.
Após a divulgação do IPCA, a curva de juros fincou a tendência de alta, especialmente no curto prazo. Perto das 11h00, os contratos para janeiro de 2022 e janeiro de 2023 apresentavam o maior avanço, subindo 6,0 pontos-base e 8,0 pontos-base, respectivamente. Enquanto isso, os contratos com vencimento em 2024 aumentava 8,5 pontos-base.