A mostra 'Queermuseu' estava em cartaz no Santander Cultural e tinha obras de artistas como Volpi, Portinari e Ligia Clark
Foto: Divulgação
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A mostra Queermuseu - Cartografias da Diferença na Arte Brasileira, que estaria em cartaz no Santander Cultural, em Porto Alegre, entre os dias 15 de agosto e 8 de outubro, foi cancelada por causa da insatisfação de alguns dos frequentadores, que acusaram a exposição de blasfêmia em redes sociais.
De acordo com o Santander Cultural, a exposição havia sido montada "para nos fazer refletir sobre os desafios que devemos enfrentar em relação à questões de gênero, diversidade, violência".
Com curadoria de Gaudêncio Fidelis, a exposição tinha ao todo 270 trabalhos de 85 artistas que abordavam a temática LGBT, questões de gênero e de diversidade.
Entre os artistas, haviam nomes consagrados como Alfredo Volpi, Cândido Portinari, Clóvis Graciano, Ligia Clark e Leonilson. A mostra foi viabilizada pela captação de R$ 800 mil por meio da Lei Rouanet.
Um dos vídeos difundidos que protestavam contra a exposição citava o artigo 208 do código penal: "Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso". Em seguida, alguém corrige o manifestante, lembrando que o Brasil é laico. A postagem, feita nessa quinta-feira, 9, obteve mais de 11 mil compartilhamentos.
Nos últimos dias, recebemos diversas manifestações críticas sobre a exposição Queermuseu - Cartografias da diferença na Arte Brasileira. Pedimos sinceras desculpas a todos os que se sentiram ofendidos por alguma obra que fazia parte da mostra.
O objetivo do Santander Cultural é incentivar as artes e promover o debate sobre as grandes questões do mundo contemporâneo, e não gerar qualquer tipo de desrespeito e discórdia. Nosso papel, como um espaço cultural, é dar luz ao trabalho de curadores e artistas brasileiros para gerar reflexão. Sempre fazemos isso sem interferir no conteúdo para preservar a independência dos autores, e essa tem sido a maneira mais eficaz de levar ao público um trabalho inovador e de qualidade.
Desta vez, no entanto, ouvimos as manifestações e entendemos que algumas das obras da exposição Queermuseu desrespeitavam símbolos, crenças e pessoas, o que não está em linha com a nossa visão de mundo. Quando a arte não é capaz de gerar inclusão e reflexão positiva, perde seu propósito maior, que é elevar a condição humana.
O Santander Cultural não chancela um tipo de arte, mas sim a arte na sua pluralidade, alicerçada no profundo respeito que temos por cada indivíduo. Por essa razão, decidimos encerrar a mostra neste domingo, 10/09. Garantimos, no entanto, que seguimos comprometidos com a promoção do debate sobre diversidade e outros grandes temas contemporâneos.
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