O propósito de reduzir e prevenir as ameaças transnacionais que se apresentam na área de fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia
Foto: Divulgação
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Com o propósito de reduzir e prevenir as ameaças transnacionais que se apresentam na área de fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia, as forças aéreas dos três países realizaram o Exercício Multinacional de Interdição Aérea Amazonas I.
Como resultado dos convênios de cooperação firmados entre eles, esse exercício, realizado entre 19 e 23 de junho, foi o primeiro efetuado nessa zona, com a participação dos três países ao mesmo tempo. Em média, cada país utilizou cerca de sete aeronaves entre busca e resgate, interdição, interceptadores, aviões-plataforma e outros. Em termos de tripulações, 50 pessoas por força aérea, mais outras 100 de apoio em terra.
A inauguração teve como sede Iquitos, no Peru, e contou com a presença do ministro da Defesa desse país, Jorge Nieto Montesinos, e oficiais da Força Aérea Brasileira (FAB), Força Aérea do Peru (FAP) e Força Aérea da Colômbia (FAC); O exercício exigiu um ano de preparação e coordenação por meio do Grupo Aéreo do Amazonas.
“Foram realizados exercícios binacionais na região, mas esta é a primeira vez na qual participam os três países; é uma novidade para o Peru, para o Brasil e para a Colômbia. Ele supõe a combinação das capacidades das três forças aéreas, que estão permanentemente em comunicação com os equipamentos tecnológicos”, afirmou Montesinos em um comunicado de imprensa. “O objetivo é evitar que as fronteiras se convertam em uma forma de refúgio e evasão da justiça”, observou.
Intercâmbio de meios e tecnologia
A base da atividade se concentrou em cinco missões de treinamento em operações simuladas de detecção, identificação, interceptação e transferência de tráfegos aéreos irregulares nas cidades fronteiriças de Iquitos, no Peru, Tabatinga, no Brasil, e Leticia, na Colômbia.
A FAC empregou as aeronaves destacadas para a zona, como o A-29 Super Tucano, SR-560, UH-60 Black Hawk, Caravan C-208, A-37, C-26B, e Bell-212, entre outras, para as diferentes missões. Além disso, foram utilizados outros meios de vigilância e alerta precoce na região amazônica para realizar as tarefas de interceptação, acompanhamento e transferência de alvos de interesse simulados, na rota de São Gabriel de Cachoeira, no Brasil, a Iquitos, no Peru.
“Foi um exercício alinhado com os Planos de Operações Vigentes no âmbito dos acordos de cooperação regional com resultados significativos”, disse à Diálogo o Coronel Jorge Saavedra, diretor de Defesa Aérea da FAC. “Reavivamos a cooperação de informações, o intercâmbio de meios e tecnologia adquirida por cada país, o que se traduz em informações com vistas a prevermos o movimento dos grupos ilegais e combatê-los.”
Desenvolvimento de capacidades
O grande objetivo do Amazonas I foi a execução dos exercícios para evitar que os espaços aéreos sejam violados. Junto com o narcotráfico, a ameaça mais sensível, os efeitos sobre o meio-ambiente merecem especial atenção. Os três países estão conscientes da importância da Amazônia como pulmão do mundo e reserva da humanidade. Por isso, junto com as aeronaves, foram utilizados outros equipamentos terrestres e sistemas de radar.
Para melhorar as capacidades, primeiro é preciso determinar as falhas. Durante as missões do primeiro dia do Amazonas I, as forças aéreas dos três países detectaram deficiências nas comunicações, na rapidez para transmitir as informações de um país para outro. De imediato, foram feitas correções para melhorar essa capacidade e ampliá-la.
“Para nós da FAC, isso não é um treinamento; nós o encaramos como uma operação real. Nesses exercícios, o país investe uma soma importante. Nosso compromisso é profundo”, assegurou o Cel Saavedra. A FAC participa com sua experiência em interdição, área na qual desenvolveu grandes capacidades devido à luta incansável contra o narcotráfico durante os últimos 25 anos.
“Temos grande experiência; acumulamos sucessos muito grandes na área de interdição. Contamos com o apoio singular de países potências como os Estados Unidos, sendo os únicos a prestar ajuda em termos de material e equipamentos que sabemos manejar”, disse o Cel Saavedra.
O Amazonas I também incluiu a comunidade
“A comunidade vivenciou uma sensação de segurança enorme. Pôde ver que as forças interagem, que estão à frente da segurança da zona, combatendo os delitos que entorpecem a legalidade das três nações e trabalhando por sua tranquilidade”, comentou com a Diálogo o Coronel da FAC Julio Gómez Lince, comandante do Grupo Aéreo do Amazonas, sobre quem recaiu grande parte da coordenação do exercício do lado colombiano.
As forças aéreas da Colômbia, do Peru e do Brasil decidiram aproveitar ao máximo a cooperação e a estrutura empregada para vincular a população civil nessa atividade.
Para isso, realizaram uma jornada de apoio ao desenvolvimento, na qual foram beneficiados mais de 500 habitantes de Islandia, no Peru, Tabatinga, no Brasil, e Santa Sofía, na Colômbia, cujos habitantes necessitam da presença do estado.
A jornada incluiu assistência médica em diferentes especialidades como pediatria, ginecologia, odontologia e medicina geral, entre outras. Houve espaço para recreação e entrega de presentes à comunidade. Incluiu-se também uma jornada de assistência veterinária.
O saldo final não poderia ter sido melhor. Os três países compartilham um idioma comum: o da cooperação. “O Amazonas I foi um exercício a partir do qual as três forças aéreas padronizaram procedimentos. Isso é de enorme importância”, assegurou o Cel Gómez.
“O fato de estarmos coordenados diminui as possibilidades de que os grupos ilegais tenham sucesso em suas operações. Os procedimentos comuns que atingimos graças às missões de treinamento são o caminho para atuar de maneira coordenada e segura no dever de proteger a fronteira dos três países contra as ameaças transnacionais”, concluiu.
Yolima Dussán
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