A própria companhia estima prejuízos de até US$ 3 bilhões por conta do recall do Note 7. Procurada pela DINHEIRO, a direção da Samsung afirmou que “uma vez que recebermos a queixa, iremos checá-la e adotaremos as medidas apropriadas.” Agora, várias ações
Foto: Divulgação
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O inferno astral é uma criação dos amantes da astrologia para justificar uma suposta maré de má sorte, que normalmente ocorre 30 dias antes do aniversário. No caso da Samsung, gigante sul-coreana com faturamento de US$ 180 bilhões, as más notícias chegaram exatamente no mês após o lançamento do smartphone Galaxy Note 7, ocorrido em agosto. Apresentado como uma das principais apostas da companhia para manter a liderança do mercado, a frente da americana Apple, o aparelho passou a apresentar falhas graves como superaquecimento da bateria de lítio e explosões.
Por precaução, o modelo foi proibido de ser ligado em voos. Agora, a empresa corre para retirar totalmente o Note 7 de circulação e, rapidamente, tentar preservar a boa reputação da marca. Na semana passada, a companhia começou a responder a um processo coletivo na Coreia do Sul, que deve custar US$ 231,8 mil (US$ 440 por cliente) à Samsung. É pouco. Mas este pode ser o primeiro de vários outros no mundo. “A demanda dos consumidores não é punir a empresa, mas ter uma compensação”, afirma Peter Ko, sócio do escritório sul-coreano Harvest Law, responsável pela ação.
A própria companhia estima prejuízos de até US$ 3 bilhões por conta do recall do Note 7. Procurada, a direção da Samsung afirmou que “uma vez que recebermos a queixa, iremos checá-la e adotaremos as medidas apropriadas.” Agora, várias ações estão sendo colocadas em prática pela Samsung para atenuar as falhas. Nos EUA, a companhia promete conceder um bônus adicional de US$ 100 na conta telefônica para quem trocar o Note 7 por qualquer outro celular da empresa.
Já na Coreia do Sul, além de poder trocar o aparelho por um dos top de linha da companhia, como o Galaxy S7, o cliente poderá comprar, pela metade do preço, a versão S8, prevista para ser lançada em 2017. O impacto, no entanto, já foi sentido no balanço da Samsung. O lucro do terceiro trimestre da gigante sul-coreana caiu para US$ 4 bilhões, 16,8% a menos em comparação ao mesmo período de 2015. Se contar apenas a divisão móvel, o recall fez a última linha diminuir 96%. “A imagem da Samsung está machucada, mas não é algo irreparável”, diz Roger Kay, analista da consultoria americana Endpoint Technologies.
“As pessoas entendem que problemas acontecem, mas elas querem ver a empresa procurando soluções.” Enquanto as soluções são procuradas, a Samsung segue sofrendo com críticas. Vídeos satíricos passaram a inundar as redes sociais, como maldosas comparações do aparelho com granadas. Até o presidente americano Barack Obama entrou na onda. “Quando uma companhia lança um smartphone com problemas, ela faz um upgrade e corrige”, afirmou Obama. Após a fala, com um sorriso, ele completou: “A não ser que ele pegue fogo, aí elas tiram o produto do mercado”.
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!