Justiça concede prisão domiciliar a Cachoeira

Outros três presos pela Operação Saqueador, deflagrada ontem, foram beneficiados pela decisão do desembargador Antonio Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região

Justiça concede prisão domiciliar a Cachoeira

Foto: Divulgação

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O desembargador Antonio Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, no Rio de Janeiro, determinou nesta sexta-feira que o bicheiro Carlinhos Cachoeira e mais três presos preventivamente pela Operação Saqueador, deflagrada ontem, deixem a cadeia e passem à prisão domiciliar. A informação foi veiculada pela GloboNews. Alvo de um mandado de prisão preventiva não cumprido, o ex-presidente da empreiteira Delta Fernando Cavendish, que está no exterior e é considerado foragido, também foi beneficiado pela decisão. A operação investiga o desvio de 370 milhões de reais posteriormente lavados por uma rede de 18 empresas de fachada e por fim destinados a políticos e campanhas eleitorais em forma de propina.

O desembargador atendeu a um pedido da defesa de Cachoeira e estendeu a decisão aos outros réus presos pela Saqueador. Além do bicheiro e do empresário, cumprirão prisão domiciliar com monitoramento por tornozeleira eletrônica os lobistas Adir Assad e Marcelo Abbud e o ex-diretor da Delta Cláudio Abreu.

Os cinco alvos de mandados de prisão preventiva e outros 18 acusados na Saqueador passaram à condição de réus na última quarta-feira, quando o juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, aceitou a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal pelos crimes de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.

VEJA TAMBÉM: Carlinhos Cachoeira é preso pela Polícia Federal

Segundo os investigadores do MPF e da Polícia Federal, os desvios milionários, identificados na denúncia do MP como "crimes antecedentes" ao de lavagem de dinheiro, se deram em quatro contratos da Delta: dois contratos firmados com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em 2010, o contrato para construção do complexo aquático Maria Lenk, no Rio de Janeiro, em 2006, e em um contrato para despoluição de praias no município de Iguaba Grande (RJ), em 1999.

Uma perícia na contabilidade da construtora mostra que 96% do seu faturamento entre 2007 e 2012, quase 11 bilhões de reais, eram oriundos de obras públicas, inclusive do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Leandro Mitidieri, o procurador responsável pela denúncia do MPF, classificou ontem como "sofisticado" o esquema de lavagem de dinheiro, que envolvia dezoito empresas de fachada para destinar dinheiro a agentes públicos, inclusive políticos, e, de acordo com Mitidieri, era "capitaneado" por Carlinhos Cachoeira.

Segundo a assessoria de Cavendish, ele está em viagem à Europa desde 22 de junho e ainda não tem data para voltar, mas "está providenciando o retorno ao Rio de Janeiro".

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