PF deflagra operação Tabela Periódica, desdobramento da Lava Jato

No total, são 44 mandados de busca e apreensão e 14 de condução coercitiva em Goiás e em mais oito Estados.

PF deflagra operação Tabela Periódica, desdobramento da Lava Jato

Foto: Divulgação

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A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (30) a Operação Tabela Periódica, um desdobramento da Operação Lava Jato. No Paraná, são cumpridos três mandados de condução coercitiva, quando o investigado é levado à depor por força policial, e três de busca e apreensão. A operação é conduzida pela PF de Goiás.

No total, são 44 mandados de busca e apreensão e 14 de condução coercitiva em Goiás e em mais oito Estados. Um procurador da República, cerca de 200 policiais federais, 26 peritos criminais federais e 52 agentes do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) participam da operação.

Os mandados foram concedidos pelo juiz substituto da 11ª Vara Federal da Seção Judiciária de Goiás, especializada em crimes financeiros e lavagem de dinheiro.

A operação, que é um desdobramento das investigações da Operação Lava Jato e nova etapa da Operação “O Recebedor”, baseada no acordo de leniência que a Camargo Corrêa fechou com o Cade.

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Acordos de leniência

Inicialmente, a Construções e Comércio Camargo Corrêa e alguns de seus administradores haviam formalizado acordos de leniência e de colaboração premiada com o MPF (já homologados pelo juiz da 11ª Vara Federal da Seção Judiciária de Goiás), e confessaram a existência do cartel, as fraudes em licitações, a lavagem de dinheiro e a prática de corrupção em contratos com a Valec, e concordaram e se obrigaram a restituir aos cofres públicos a importância de R$ 75 milhões.

Investigação

Somente no estado de Goiás, em obras executadas da Ferrovia Norte-Sul, foi detectado desvio de R$ 630 milhões. Os investigadores concluíram que as empreiteiras realizavam pagamentos regulares, por meio de contatos simulados a um escritório de advocacia e para mais duas empresas sediadas no estado de Goiás. Segundo a PF, as empresas eram usadas como fachada para maquiar origem licita para dinheiro de fraudes em licitações públicas. Os investigados vão responder por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O Recebedor

O nome da operação, “O Recebedor”, é uma referência à Operação Trem Pagador, deflagada em julho de 2012 pelo MPF de Goiás e pela Polícia Federal. A operação Trem Pagador investigou o empresário José Francisco das Neves, conhecido como “Juquinha”, ex-presidente da empresa pública Valec, a mulher dele, Marivone Ferreira das Neves, e os filhos Jader, Jales e Karen. Juquinha é suspeito de usar os familiares como “laranjas” para ocultar patrimônio possivelmente obtido com o produto dos crimes de peculato e de licitação praticados no exercício da presidência da Valec, entre 2003 e 2010.

Operação Saqueador

Em outra ação da PF, mas conduzida pelo Rio Janeiro, o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na manhã desta quinta, no condomínio de luxo em que mora, em Goiânia (GO). Ele é um dos alvos da Operação Saqueador, que visa prender pessoas envolvidas em uma esquema de lavagem de R$ 370 milhões.

Também há mandados de prisão contra Adir Assad e Fernando Cavendish, que é dono da empresa Delta Construções.

Além de Goiás e Rio de Janeiro, a operação é realizada em São Paulo.

 

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