Jovem estuprada entra em programa de proteção a ameaçados de morte
Foto: Divulgação
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Pouco mais de uma semana depois de ter sofrido um estupro coletivo, a vítima, uma menina de 16 anos, deve deixar o Rio, junto de sua família, em busca de segurança. A adolescente recebeu ameaças de morte de traficantes que comandam o crime na comunidade onde ela foi violentada. Ontem, a jovem foi incluída no Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte (PPCAM), do Governo Federal. A família está sob escolta policial e saiu de casa para ficar em um local considerado seguro pelas autoridades.
Nesta segunda-feira, a jovem esteve na sede da Secretaria estadual de Direitos Humanos e conversou com o titular da pasta, Paulo Melo. A família também foi atendida por psicólogos. De acordo com a subsecretária de Direitos Humanos, Andrea Sepúlveda, o órgão detectou a ameaça de morte na última quinta-feira, quando começou o contato com a família.
— Nós avaliamos essa ameaça altíssima de quinta para sexta-feira. Sabemos a necessidade de o crime ser investigado e de a menina ter acesso a todos os órgãos, mas estamos muito preocupados com a segurança dela. Detectada a ameaça, nós imediatamente iniciamos os procedimentos para incluir ela e a família no programa de proteção — explicou Andrea.
RECOMEÇO LONGE DO RIO
Segundo ela, o programa dura cerca de dois anos. Fora da cidade, será fornecida à família assistência jurídica, social e psicológica. Andrea revelou que a família se mostrou disposta à mudança:
— A família está disposta a recomeçar a vida. Segundo a equipe técnica, é provável que ela vá para outro estado.
O programa que assistirá a família é majoritariamente pago por um convênio com o governo federal. Anualmente, no Rio, o programa custa R$ 1,4 milhão, sendo R$ 200 mil provenientes do estado, e o restante da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, vinculada ao Ministério da Justiça. Segundo o secretário Paulo Melo, a crise financeira fluminense não afeta a quantia destinada ao programa:
— A secretaria vai ajudar com toda a proteção, executando o convênio que nós temos.
No Rio para conhecer o sistema de segurança para os Jogos Olímpicos, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, também comentou a inclusão da adolescente no programa.
— Estive aqui na semana passada para conversar com o secretário de Segurança do Rio sobre a questão do estupro coletivo. Hoje, ele informou que o caso está praticamente esclarecido e que seis prisões temporárias já foram decretadas. Ou seja, as autoridades do Rio estão dando sequência às investigações. Do ponto de vista do governo federal, nós vamos botar a adolescente no programa de proteção à testemunha — disse o ministro.
Na manhã desta segunda-feira, motociclistas e moradores do Morro do Barão, na Praça Seca, fizeram um protesto na Rua Cândido Benício, em frente à estação do BRT da Praça Seca, na Zona Oeste. Com cartazes afirmando que não houve estupro, e sim orgia, no caso da menina estuprada por 33 homens, os manifestantes, que teriam sido orientados pelo tráfico local, chegaram a interditar a Rua Cândido Benício, uma das principais do bairro. A Polícia Militar dispersou o grupo usando spray de pimenta. O trânsito ficou tumultuado na região.
— Foi uma confusão. A polícia chegou e lançou muito gás de pimenta. Os manifestantes tentaram invadir a estação — afirmou o passageiro Marcio Torres, que passou pelo ato.
MORADORES CONVOCADOS
m um áudio, que está sendo compartilhado pelo aplicativo WhatsApp, um suposto traficante diz que moradores foram convocados para participarem do protesto.
— É ordem superior, parceiro. O mano mandou a gente ir no protesto — dizia uma voz masculina, na mensagem, que circulou ontem entre moradores do bairro.
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