Ex-agentes tentaram facilitar fuga de Beira-mar e outros presos
Foto: Divulgação
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Os ex-agentes penitenciários federais Humberto Campos e Gustavo Jaeger foram denunciados pelo Ministério Público Federal por corrupção passiva. A denúncia foi oferecida à Justiça Federal no dia 11 e o Ministério Público Federal tornou o caso público nesta terça-feira (19).
A ação tramita na 5ª Vara Federal de Campo Grande e está em segredo de justiça.
Os dois são suspeitos de receberem propina, entre 2009 e 2013, de Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, e Alexander de Jesus Carlos, conhecido como Choque. Os detentos são ligados às organizações criminosas Comando Vermelho (CV) e Liga da Justiça, respectivamente. Campos e Jaeger apareceram também em investigação sobre plano de fuga de detentos da facção CV.
O crime teria acontecido no período em que os dois condenados cumpriram pena na Penitenciária Federal de Campo Grande.
Sindicância interna instaurada à época concluiu a participação deles em esquemas ilegais. Humberto Campos foi demitido em 2 de janeiro de 2013 e Gustavo Jaeger acabou sendo expulso em 17 de dezembro de 2014, segundo o MPF.
Caso sejam condenados judicialmente, podem pegar pena de dois a 12 anos de prisão. O Ministério Público Federal ainda pediu aumento da pena em 1/3 pela "infração ao dever funcional".
A assessoria de imprensa do MPF divulgou que oito procedimentos administrativos disciplinares foram instaurados e aceitos pelo ministro da Justiça. Conversas indicando ligação irregular entre os ex-servidores federais e os detentos, além da entrega ilegal de objetos também foram apontadas nessas investigações.
Os procedimentos ainda mostraram que os ex-agentes proporcionavam regalias a outros presos, como Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, e Leandro Paixão Viegas, o Leandrinho Quebra-ossos. Os dois ainda são suspeitos de desconectarem cabos de redes de equipamentos para transmissão e armazenamento de imagens em câmeras de monitoramento.
LIGAÇÃO ÍNTIMA
"No mesmo contexto, o denunciado Humberto Campos manteve contato indevido com Beira-Mar, enquanto o conduzia entre os setores de isolamento e de saúde da Penitenciária Federal de Campo Grande", informou o MPF.
Um plano de fuga de detentos ligados ao Comando Vermelho da Capital foi frustrado pelo setor de inteligência da unidade. Nesse trabalho, foi identificado que haveria colaboração de agentes penitenciários.
"Beira-Mar admitiu a existência do plano de fuga e afirmou que o pagamento de agentes penitenciários que aceitassem prestar favores a membros da facção Comando Vermelho custodiados naquela unidade prisional se daria por intermédio de advogados", declarou o Ministério Público Federal.
Análise de extratos bancários dos ex-servidores indicou depósitos, entre maio e junho de 2013, incompatíveis com a remuneração deles. Em uma das contas havia R$ 52.863,92, sem a indicação de origem.
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