Laboratório avisa que atrasará produção de ‘pílula do câncer’
Foto: Divulgação
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O PDT Pharma, o único laboratório autorizado a produzir a fosfoetanolamina sintética e que vai concentrar a “pílula do câncer” para pesquisas clínicas, só dará início à produção da substância em dez dias. Na manhã desta quinta-feira, o secretário de Saúde do Estado de São Paulo Davi Uip , disse ao GLOBO que há um contrato com a PDT que determina a entrega ao governo nesta sexta-feira, mas que já está ciente da nova data. A Furp (Fundação para o Remédio Popular), laboratório farmacêutico ligado à pasta, irá finalizar o processo e encapsular 370 mil pílulas em poucas horas, de acordo com Uip.
O responsável pelo laboratório, o professor Sergio Perussi Filho explicou ao GLOBO que foi preciso atrasar a entrega para entender melhor a metodologia de produção feita pelo criador da fórmula, Gilberto Chierice, dentro do Instituto de Química da USP em São Carlos, e assim levá-la a uma criação em larga escala. De acordo com ele, o contrato com o governo do Estado previa essa possibilidade de demora.— Precisamos fazer testes exigidos para estudos clínicos, e que demandam alguns dias. Nós já dominamos o produto, mas precisamos de algum critério mais refinado com relação a informar as características técnicas dele — descreve Perussi.Uip disse que soube do atraso na tarde desta quinta, mas que nada muda:— A intenção é que dê certo. Entendemos que surgem dificuldades. Não há, no contrato, essa possibilidade de atraso, mas não é punitivo.
O uso da fosfoetanolamina se tornou uma polêmica com dimensão nacional em outubro de 2015, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) liberou o seu uso como medicamento experimental, derrubando decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo, que havia suspendido o fornecimento do remédio a 1.400 pacientes de câncer na cidade de São Carlos.
A substância foi desenvolvida em 1990 por Gilberto Orivaldo Chierice, professor de Química da USP-São Carlos. As cápsulas foram produzidas e distribuídas gratuitamente por ele a pacientes na própria universidade. Em 2014, após a aposentadoria de Chierice, o Instituto de Química da USP parou a produção e distribuição do medicamento, por não ter registro na Anvisa. Pacientes passaram a recorrer à Justiça para receber a droga.Na manhã desta quinta-feira, a presidente Dilma Rousseff sancionou a lei, aprovada pelo Congresso, segundo a qual pacientes diagnosticados com diferentes tumores poderão obter a substância.
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