Interrupção de cessar-fogo deixa 50 palestinos mortos em Gaza
Foto: Divulgação
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Apenas duas horas após o anúncio de um cessar-fogo humanitário na faixa de Gaza, onde o confronto entre o Exército de Israel e o Hamas já provocou mais de 1.400 mortes, novos ataques (e a quebra da trégua) deixaram ao menos 50 palestinos mortos por ataques de artilharia israelenses, segundo o Ministério da Saúde local. Os números divulgados até agora são divergentes: fontes médicas já haviam informado entre 27 e 35 mortes.
Israel confirmou o rompimento do cessar-fogo durante anúncio feito pelo tenente-coronel Peter Lerner em uma teleconferência com jornalistas. O militar falou sobre o possível sequestro de um soldado israelense durante operações para desativar um túnel do Hamas, quando as forças de Israel teriam sido atacadas inclusive por um homem-bomba.
"Indicações iniciais sugerem que um soldado foi raptado por terroristas em um incidente em que terroristas violaram o cessar-fogo", disse o porta-voz do Exército israelense. Perguntado se isso representava o fim da trégua, ele respondeu: "Sim. Nós continuamos com nossas atividades em terra". As operações de Israel passam a incluir agora a busca pelo militar desaparecido.
De acordo com a Israel Radio, o segundo-tenente Hadar Goldin, 23, de Kfar Saba, é o soldado raptado, informação confirmada pelo Twitter do IDF (Forças de Defesa de Israel, em inglês). O rapaz teria sido capturado em Rafah, no sul da faixa de Gaza.
O Hamas ainda não confirma o rapto e devolve para Israel a acusação de violação do cessar-fogo.
"A ocupação [Israel] violou o cessar-fogo. A resistência palestina agiu em nome de seu direito a se defender [e] para colocar fim ao massacre de nosso povo", declarou em um comunicado o porta-voz do Hamas, Fawzi Barhum.
A ONU disse que dois soldados israelenses teriam sido mortos possivelmente durante o mesmo embate que resultou no sequestro. A organização afirmou que foi informada por Israel de "um sério incidente na manhã de hoje após o começo do cessar-fogo humanitário às 8h [2h em Brasília], envolvendo um túnel atrás das linhas do IDF [Forças de Defesa de Israel, em inglês] na área de Rafah".
O Egito, país mediador do conflito, informou hoje às autoridades palestinas que estava adiando as negociações previstas para ocorrer na cidade do Cairo, após Israel divulgar o possível sequestro, afirmou um integrante da Jihad Islâmica.
"Os egípcios contactaram a Jihad Islâmica e disseram que Israel lhes informou sobre a captura de um soldado", disse Ziad al-Najal à AFP. "As negociações foram adiadas", afirmou.
A trégua, que deveria durar 72 horas, havia sido anunciada pelo secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, e pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e foi avaliada como a tentativa mais ambiciosa até então de encerrar as mais de três semanas de combate.
Estavam previstas negociações entre representantes israelenses e palestinos no Cairo (Egito) para uma solução de longo prazo, mas ainda não se sabe quando elas poderão ser realizadas, diante da interrupção do cessar-fogo. (Com agências internacionais)
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