Ipea: Quase 40% da população não têm conta em banco
Foto: Divulgação
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Estudo divulgado nesta terça-feira (11) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que 39,5% dos brasileiros não têm conta bancária. A pesquisa Bancos: Exclusão e Serviços mostra que a exclusão bancária é maior nas regiões menos desenvolvidas economicamente.
No Nordeste, 52,6% dos entrevistados afirmaram não usar os serviços dessas instituições. No Norte, 50%. Nas regiões Sul e Sudeste, por outro lado, 70% e 65,9% das pessoas consultadas, respectivamente, recorrem a instituições financeiras para guardar seu dinheiro. No Centro-Oeste, 31,2% dos entrevistados não têm conta em banco.
A falta de escolaridade é um dos fatores relacionados ao afastamento da população dos serviços bancários. Entre os que têm até a 4ª série do ensino fundamental, apenas 44,4% têm conta em banco. O índice sobe para 69,3% no grupo que estudou até o ensino médio e para 88,5% entre os que chegaram ao nível superior.
O Ipea destaca que, apesar do alto grau de exclusão verificado no sistema bancário, grande parte dos que estão fora (40%) têm interesse em usar tais serviços. “É um estrato da população de baixa renda e de pouca escolaridade, mas que representa uma importante parcela que vem sendo absorvida pelo mercado de trabalho, estimulada pelo crescimento econômico”, afirma a pesquisa. O Ipea defende a criação de serviços específicos para atender à demanda da população de baixa renda.
Onde abrir a conta?
A pesquisa do Ipea mostra que cerca de um terço dos clientes dos bancos (35,3%) não escolhe a instituição financeira onde vai depositar seus rendimentos, apenas segue uma definição do empregador. A tradição e a relação familiar com o banco aparecem em segundo lugar, como opção de 17,5% dos entrevistados. A confiança foi o terceiro item mais escolhido, apontado por 17,2% dos pesquisados.
Em relação às funções do banco, para 62,1% dos entrevistados a principal finalidade é guardar e movimentar dinheiro. Oferecer produtos e serviços é a tarefa mais importante dessas instituições para 29,5% das 2.770 pessoas ouvidas. Emprestar dinheiro é a função fundamental para apenas 4,5%.
Na faixa de maior renda – acima de 20 salários mínimos –, no entanto, o crédito ganha importância e aparece como principal função para 7%. No grupo de 5 a 10 salários mínimos, apenas 2,7% consideraram essa a principal finalidade das instituições. Para o Ipea, esse dado é preocupante, pois pode indicar que uma parcela dessas pessoas, que não percebe o banco como agente de crédito, busca empréstimos em outros meios, “nem sempre lícitos ou bem regulados, mas que, com certeza, a oneram de forma mais abusiva”.
Segurança
A segurança oferecida pelos bancos nas agências satisfaz 78% dos clientes, segundo pesquisa Ipea. Cerca de 13,7% estão muito insatisfeitos ou insatisfeitos com a proteção oferecida pelas agências das instituições financeiras. Em nota, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) afirmou que a pesquisa do Ipea aprova os bancos brasileiros.
Segundo o diretor de Relações Institucionais da Febraban, Mário Sérgio Vasconcelos, embora ainda haja muito a fazer, a pesquisa revela os avanços do setor bancário na melhoria continuada de seu atendimento aos consumidores e na ampliação das ofertas de produtos e serviços para a sociedade.
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